OPINIÃO

Idéias e opiniões socialistas sobre Sorocaba

Archive for julho \29\+00:00 2011

Assassinatos na Noruega: a barbárie da extrema-direita cristã.

Posted by alexproenca em julho 29, 2011

Para quem acha que nazismo é coisa do passado, os assassinatos de jovens na Noruega, lembra que não é assim.

As forças de extrema-direita cristã, estão em todos os lugares, cometendo atos de bárbarie.

Que o digam os espancamentos e assassinatos de gays no Brasil.

Em nome do cristianismo, populações inteiras foram assassinadas.

Nas fivelas dos soldados nazistas, tinha a inscrição “Deus Esta Conosco”.

A frase diz tudo.

As forças de esquerda não podem subestimar as forças de direita, pois quando elas não conseguem o poder pelo votos, apelam para a violência.

 

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É interessante como o nossa “imprensa” passou rápido pelo assunto.

E o fez, por que eles pensam igual aos assassinos e as forças de direita.

Afinal, a nossa “imprensa” é o PIG – Partido da Imprensa Golpista.

A imagem e semelheança de  Murdoch e companhia.

 

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Contratos emergenciais e aditamentos nos chamam a atenção.

Posted by alexproenca em julho 23, 2011


Nos chamam bastante a atenção, as sucessivas alterações no edital de licitação para a coleta, transporte e destinação do lixo na cidade de Sorocaba. Por três vezes seguidas o Tribunal de Contas do Estado suspendeu o processo de concorrência pública por problemas no edital. Por três vezes seguidas a Prefeitura prorrogou o contrato emergencial, neste caso não necessitando de novo processo licitatório. Dúvidas não ficam somente em relação ao trâmite da licitação, mas também às sucessivas prorrogações dos contratos emergenciais e à elaboração dos editais, sempre faltando algo para serem questionados.

No sentido de interromper a prática e buscar transparência no processo, o vereador petista Francisco França protocolou no Tribunal de Contas do Estado, uma representação pedindo liminar para a interrupção do processo licitatório, e que, ao final da análise, faça com que a prefeitura adote a versão anterior do edital, que já fora objeto de apreciação e aprovação do TCE. Com isso, o parlamentar quer a solução definitiva desse vai e volta, que se arrasta desde outubro de 2010. A suspensão do processo licitatório tem servido de argumento para o prefeito prorrogar os contratos emergenciais, que por sinal, são milionários. Só para se ter uma ideia, as duas empresas que tiveram seus contratos prorrogados por mais noventa dias, estão recebendo oito milhões de reais juntas. Em havendo a licitação na versão anterior do edital, vence aquela empresa que apresentar o melhor preço dentro do orçamento de noventa e quatro milhões.

Os contratos emergencias não ocorrem apenas na coleta, transporte e destinação do lixo, mas no transporte coletivo também. Outra questão que nos chama a atenção são os sucessivos aditamentos. É possivel que todos os contratos firmados para prestação de serviços públicos, sofram aditamentos. Ou seja, a empresa vencedora da licitação, contratada por apresentar o melhor preço, depois de iniciada a obra ou o serviço contratado acaba recebendo mais através dos aditamentos. Isso faz com que os valores contratados na licitação sejam completamente diferentes ao final da obra. Na primeira troca do piso central, por exemplo, foram mais de dez aditamentos aplicados. Os orgãos fiscalizadores têm que continuar atentos para que os recursos públicos sejam bem investidos, com trasparência e à luz do dia. As justificativas para as prorrogações dos contratos emergenciais e de tantos aditamentos têm sido insuficientes. Está correta a inicitiva do vereador Francisco França em questionar essa situação para que a alternativa não se perpetue excluindo o benefício de justiça no gasto público, viabilizado através da licitação pública, transparente e sem vícios.

José Carlos Triniti Fernandes
Presidente do PT de Sorocaba

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A luta dos Trabalhadores em Radiologia.

Posted by alexproenca em julho 22, 2011

Simplesmente um absurdo.

Um “cooperativa” atuando como empreiteira na Prefeitura de Sorocaba.

A prefeitura não deveria ter feito contrato com esta empresa.

O poder publico deve antes de tudo, respeitar os direitos trabalhistas.

A alguns anos, fato semelhante aconteceu com os trabalhadores da TCS.

Ela prestava serviço para a prefeitura, mas não depositava o dinheiro do FGTS, dos trabalhadores.

E na maior irresponsabilidade, a prefeitura dizia que não era da conta dela, fiscalizar as empreiteiras.

E por falar em empreiteiras, muitas delas, não registram e nem pagam o que devem aos trabalhadores.

E isto causa prejuízo a população, pois são abertos processos trabalhistas e o povo tem de pagar duas vezes.

A prefeitura tem o dever de respeitar a legislação trabalhista e ficar de olho nas empreiteiras.

Ou melhor, acabar com as empreiteiras e realizar concurso publico.

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Trabalhadores de radiologia lutam por direitos trabalhistas, em Sorocaba.

Posted by alexproenca em julho 22, 2011

Fonte: Jornal Cruzeiro do Sul

Trabalhadores na área de radiologia fizeram duas manifestações contra a Sertec Serviços de Radiologa Sorocaba Ltda, nesta sexta-feira (22), uma na Santa Casa e outra na Prefeitura, onde foram recebidos pelo secretário de Governo e Relações Institucionais, Paulo Mendes.Empunhando faixas e cartazes, os manifestantes cobraram atitudes e alertaram sobre a violação dos direitos trabalhistas dos profissionais que prestam serviços para a empresa. A Sertec e seu sócio majoritário, Renir Shmidt Coleraus, foram condenados por fraude trabalhista, em ação civil pública, destaca o advogado do Sindicato dos Tecnólogos, Técnicos e Auxiliares em Radiologia do Estado de São Paulo (Sintaresp), Hugo Batalha.

O advogado explica que a Sertec é composta de 31 sócios: uma “imposição” para que os profissionais façam parte do quadro. Os pseudo-sócios não têm os direitos trabalhistas como registro em carteira, piso salarial (R$ 1.526,00 com adicional de insalubridade), férias, depósito de Fundo de Garantia Por Tempo de Serrviço (FGTS) e demais benefícios. Hugo Batalha esclarece que o técnico em radiologia tem jornada especial fixada em lei, de 24 horas semanais, mas na empresa excedem essa carga, sem serviços na Santa Casa e para a Prefeitura. “Alguns cumprem 48 horas e até 60 horas semanais.”

A carga de 24 horas semanais é determinada por conta dos riscos ocupacionais como a exposição a radiação ionizante que pode desenvolver câncer, alerta. Batalha também chama a atenção para o convênio com a Prefeitura, considerado pior que com a Santa Casa. “É que nesse caso tem licitação.” Ele explica que o fato da Sertec não pagar encargos sociais e direitos trabalhistas torna a concorrência com outras empresas desleal, pela possibilidade de cobrir ofertas, justifica. As denúncias do sindicato de fraude trabalhista contra a empresa foi apresentada ao Ministério Público do Trabalho.

Uma ação civil pública foi movida pelo MPT e Procuradoria Regional do Trabalho da 15.ª Região, sendo dada a sentença dia 4 de junho do ano passado. À empresa foi determinado o registro dos contratos de trabalho dos pseudo-sócios e o pagamento de todos os haveres trabalhistas. A 2.ª Vara do Trabalho proferiu decisão judicial onde afirma que a Sertec “utilizou-se de ardil para eximir-se de obrigações trabalhistas”, reconhecendo que há fraude contra os direitos trabalhistas, e condenou à multa de R$ 100 mil em favor do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).

De acordo com Hugo Batalha, representantes do sindicato já estiveram outras vezes na Prefeitura, participaram de reuniões, inclusive com o secretário de Saúde, Ademir Watanabe, para comunicar sobre as violações trabalhistas e fraudes cometidas pela empresa.
Quarta-feira passada teria sido agendada nova reunião, no entanto, “ninguém da Prefeitura apareceu para dar uma resposta ao sindicato”, ressalta Batalha. Durante as manifestações, tanto na Santa Casa quanto na Prefeitura foram entregues documentos para cientificá-los sobre a responsabilização trabalhista. Segundo a Secretaria de Saúde de Sorocaba (SES) comunicou em nota, foi encaminhado à Secretaria de Negócios Jurídicos (SEJ) solicitação de parecer quanto às providências legais que possam ser tomadas pela Prefeitura de Sorocaba em razão das alegadas irregularidades.

A SES também informou que a empresa Sertec participou de processo licitatório no final de 2010, sendo uma das empresas qualificadas. A Prefeitura de Sorocaba mantém contrato com a empresa mencionada, desde o início deste ano, para a prestação de serviços na área de radiologia nas UPHs Zona Norte e Zona Oeste e no Pronto Atendimento (PA) Laranjeiras. Segundo a SES, a empresa contratada vem cumprindo as exigências contratuais.

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Desenvolvimento econômico e mão de obra.

Posted by alexproenca em julho 19, 2011

Tem sido comum nos últimos anos a afirmação sobre o “apagão” da mão de obra no Brasil.

Empresários e a imprensa conservadora sustentam a tese, sobre limitar o crescimento econômico para garantir o desenvolvimento sustentável.

Na verdade, uma grande mentira.

Pois não existe falta de mão de obra no Brasil.

O que existe, são empresas querendo contratar trabalhadores com salários baixos.

E exigindo os maiores estudos e formações possíveis.

Sonham com a época do governo FHC, onde se contratava profissionais qualificados por salários  entre 1 mil ou 2 mil reais ao mês.

Conseguido através de uma recessão e desemprego brutal.

Mas a realidade mudou.

O Governo do Presidente Lula mudou esta realidade, garantindo aos trabalhadores melhores condições de vida e de luta por melhores salários.

Esta é a realidade.

Se querem bons profissionais, que pagem bons salários.

 

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Do Blog Conversa Afiada de hoje, temos as seguintes frases:

 

“O problema não é tanto a falta de mão de obra qualificada, apesar de este ser cada vez mais um tema desafiador para o Brasil. O que falta no Brasil neste momento é pura e simplesmente mão de obra barata.”

“Os salários reais aumentaram muito, a política de salário mínimo tem sido historicamente agressiva e as políticas sociais geraram novas oportunidades para jovens e mulheres que estudam cada vez mais e adiam a entrada no mercado de trabalho.”

“Mudou o patamar salarial no Brasil.”

“Empregadas domésticas tornaram-se manicures. Manicures progrediram a vendedoras de lojas. Vendedoras de lojas tornaram-se gerentes de loja e assim por diante.”

“O que se paga hoje para um trabalhador não especializado é o que se pagava há três anos para o trabalhador qualificado.”

 

 

 

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Operários morrem soterrados em obra na Av. Independência.

Posted by alexproenca em julho 19, 2011

Este absurdo, aconteceu hoje a tarde.

É chocante ver este tipo de “acidentes” acontecendo.

Bem, o correto seria chamar de assassinato.

Pois, estes “acidentes” acontecem devido a falta de responsabilidade para com os trabalhadores de nossa cidade.

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Fonte: Jornal Cruzeiro do Sul.

Dois operários morreram soterrados na tarde de hoje, enquanto trabalhavam numa obra executada em um terreno na Avenida Independência, altura da Universidade Paulista (Unip). Os trabalhadores foram resgatados por homens do Corpo de Bombeiros e receberam os primeiros socorros ainda no local, que incluíram massagem cardíaca para reanimação.

O incidente ocorreu por volta de 16h30, devido ao desmoronamento das paredes de uma valeta com aproximadamente dois metros de profundidade, onde seriam instalados tubos para passagem de esgoto.

Viaturas do Samu e pelo menos 12 bombeiros estiveram no local para o socorro das vítimas, funcionários de uma empresa particular que trabalhavam na área de propriedade de uma empresa daquela região.

A ajuda chegou em aproximadamente sete minutos após a comunicação da ocorrência. Dois minutos após a chegada da equipe, os funcionários já estavam com a cabeça livre de terra. Eles não resistiram ao tempo que ficaram sem oxigênio e mesmo com o empenho dos bombeiros morreram no próprio local.

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“O socialismo é uma doutrina triunfante”.

Posted by alexproenca em julho 14, 2011


Por Joana Tavares, do Brasil de Fato

Aos 93 anos, Antonio Candido explica a sua concepção de socialismo, fala sobre literatura e revela não se interessar por novas obras

Crítico literário, professor, sociólogo, militante. Um adjetivo sozinho não consegue definir a importância de Antonio Candido para o Brasil. Considerado um dos principais intelectuais do país, ele mantém a postura socialista, a cordialidade, a elegância, o senso de humor, o otimismo. Antes de começar nossa entrevista, ele diz que viveu praticamente todo o conturbado século 20. E participou ativamente dele, escrevendo, debatendo, indo a manifestações, ajudando a dar lucidez, clareza e humanidade a toda uma geração de alunos, militantes sociais, leitores e escritores.

Tão bom de prosa como de escrita, ele fala sobre seu método de análise literária, dos livros de que gosta, da sua infância, do começo da sua militância, da televisão, do MST, da sua crença profunda no socialismo como uma doutrina triunfante. “O que se pensa que é a face humana do capitalismo é o que o socialismo arrancou dele”, afirma.

Brasil de Fato – Nos seus textos é perceptível a intenção de ser entendido. Apesar de muito erudito, sua escrita é simples. Por que esse esforço de ser sempre claro?
Antonio Candido – Acho que a clareza é um respeito pelo próximo, um respeito pelo leitor. Sempre achei, eu e alguns colegas, que, quando se trata de ciências humanas, apesar de serem chamadas de ciências, são ligadas à nossa humanidade, de maneira que não deve haver jargão científico. Posso dizer o que tenho para dizer nas humanidades com a linguagem comum. Já no estudo das ciências humanas eu preconizava isso. Qualquer atividade que não seja estritamente técnica, acho que a clareza é necessária inclusive para pode divulgar a mensagem, a mensagem deixar de ser um privilégio e se tornar um bem comum.

O seu método de análise da literatura parte da cultura para a realidade social e volta para a cultura e para o texto. Como o senhor explicaria esse método?
Uma coisa que sempre me preocupou muito é que os teóricos da literatura dizem: é preciso fazer isso, mas não fazem. Tenho muita influência marxista – não me considero marxista – mas tenho muita influência marxista na minha formação e também muita influência da chamada escola sociológica francesa, que geralmente era formada por socialistas. Parti do seguinte princípio: quero aproveitar meu conhecimento sociológico para ver como isso poderia contribuir para conhecer o íntimo de uma obra literária. No começo eu era um pouco sectário, politizava um pouco demais minha atividade. Depois entrei em contato com um movimento literário norte-americano, a nova crítica, conhecido como new criticism. E aí foi um ovo de colombo: a obra de arte pode depender do que for, da personalidade do autor, da classe social dele, da situação econômica, do momento histórico, mas quando ela é realizada, ela é ela. Ela tem sua própria individualidade. Então a primeira coisa que é preciso fazer é estudar a própria obra. Isso ficou na minha cabeça. Mas eu também não queria abrir mão, dada a minha formação, do social. Importante então é o seguinte: reconhecer que a obra é autônoma, mas que foi formada por coisas que vieram de fora dela, por influências da sociedade, da ideologia do tempo, do autor. Não é dizer: a sociedade é assim, portanto a obra é assim. O importante é: quais são os elementos da realidade social que se transformaram em estrutura estética.

Me dediquei muito a isso, tenho um livro chamado “Literatura e sociedade” que analisa isso. Fiz um esforço grande para respeitar a realidade estética da obra e sua ligação com a realidade. Há certas obras em que não faz sentido pesquisar o vínculo social porque ela é pura estrutura verbal. Há outras em que o social é tão presente – como “O cortiço” [de Aluísio Azevedo] – que é impossível analisar a obra sem a carga social. Depois de mais maduro minha conclusão foi muito óbvia: o crítico tem que proceder conforme a natureza de cada obra que ele analisa. Há obras que pedem um método psicológico, eu uso; outras pedem estudo do vocabulário, a classe social do autor; uso. Talvez eu seja aquilo que os marxistas xingam muito que é ser eclético. Talvez eu seja um pouco eclético, confesso. Isso me permite tratar de um número muito variado de obras.

Teria um tipo de abordagem estética que seria melhor?


Não privilegio. Já privilegiei. Primeiro o social, cheguei a privilegiar mesmo o político. Quando eu era um jovem crítico eu queria que meus artigos demonstrassem que era um socialista escrevendo com posição crítica frente à sociedade. Depois vi que havia poemas, por exemplo, em que não podia fazer isso. Então passei a outra fase em que passei a priorizar a autonomia da obra, os valores estéticos. Depois vi que depende da obra. Mas tenho muito interesse pelo estudo das obras que permitem uma abordagem ao mesmo tempo interna e externa. A minha fórmula é a seguinte: estou interessado em saber como o externo se transformou em interno, como aquilo que é carne de vaca vira croquete. O croquete não é vaca, mas sem a vaca o croquete não existe. Mas o croquete não tem nada a ver com a vaca, só a carne. Mas o externo se transformou em algo que é interno. Aí tenho que estudar o croquete, dizer de onde ele veio.

O que é mais importante ler na literatura brasileira?

Machado de Assis. Ele é um escritor completo.

É o que senhor mais gosta?
Não, mas acho que é o que mais se aproveita.

E de qual o senhor mais gosta?

Gosto muito do Eça de Queiroz, muitos estrangeiros. De brasileiros, gosto muito de Graciliano Ramos… Acho que já li “São Bernardo” umas 20 vezes, com mentira e tudo. Leio o Graciliano muito, sempre. Mas Machado de Assis é um autor extraordinário. Comecei a ler com 9 anos livros de adulto. E ninguém sabia quem era Machado de Assis, só o Brasil e, mesmo assim, nem todo mundo. Mas hoje ele está ficando um autor universal. Ele tinha a prova do grande escritor. Quando se escreve um livro, ele é traduzido, e uma crítica fala que a tradução estragou a obra, é porque não era uma grande obra. Machado de Assis, mesmo mal traduzido, continua grande. A prova de um bom escritor é que mesmo mal traduzido ele é grande. Se dizem: “a tradução matou a obra”, então a obra era boa, mas não era grande.

Como levar a grande literatura para quem não está habituado com a leitura?

É perfeitamente possível, sobretudo Machado de Assis. A Maria Vitória Benevides me contou de uma pesquisa que foi feita na Itália há uns 30 anos. Aqueles magnatas italianos, com uma visão já avançada do capitalismo, decidiram diminuir as horas de trabalho para que os trabalhadores pudessem ter cursos, se dedicar à cultura. Então perguntaram: cursos de que vocês querem? Pensaram que iam pedir cursos técnicos, e eles pediram curso de italiano para poder ler bem os clássicos. “A divina comédia” é um livro com 100 cantos, cada canto com dezenas de estrofes. Na Itália, não sou capaz de repetir direito, mas algo como 200 mil pessoas sabem a primeira parte inteira, 50 mil sabem a segunda, e de 3 a 4 mil pessoas sabem o livro inteiro de cor. Quer dizer, o povo tem direito à literatura e entende a literatura. O doutor Agostinho da Silva, um escritor português anarquista que ficou muito tempo no Brasil, explicava para os operários os diálogos de Platão, e eles adoravam. Tem que saber explicar, usar a linguagem normal.

O senhor acha que o brasileiro gosta de ler?

Não sei. O Brasil pra mim é um mistério. Tem editora para toda parte, tem livro para todo lado. Vi uma reportagem que dizia que a cidade de Buenos Aires tem mais livrarias que em todo o Brasil. Lê-se muito pouco no Brasil. Parece que o povo que lê mais é o finlandês, que lê 30 volumes por ano. Agora dizem que o livro vai acabar, né?

O senhor acha que vai?

Não sei. Eu não tenho nem computador… as pessoas me perguntam: qual é o seu… como chama?

E-mail?

Isso! Olha, eu parei no telefone e máquina de escrever. Não entendo dessas coisas… Estou afastado de todas as novidades há cerca de 30 anos. Não me interesso por literatura atual. Sou um velho caturra. Já doei quase toda minha biblioteca, 14 ou 15 mil volumes. O que tem aqui é livro para visita ver. Mas pretendo dar tudo. Não vendo livro, eu dou. Sempre fiz escola pública, inclusive universidade pública, então é o que posso dar para devolver um pouco. Tenho impressão que a literatura brasileira está fraca, mas isso todo velho acha. Meus antigos alunos que me visitam muito dizem que está fraca no Brasil, na Inglaterra, na França, na Rússia, nos Estados Unidos… que a literatura está por baixo hoje em dia. Mas eu não me interesso por novidades.

E o que o senhor lê hoje em dia?

Eu releio. História, um pouco de política… mesmo meus livros de socialismo eu dei tudo. Agora estou querendo reler alguns mestres socialistas, sobretudo Eduard Bernstein, aquele que os comunistas tinham ódio. Ele era marxista, mas dizia que o marxismo tem um defeito, achar que a gente pode chegar no paraíso terrestre. Então ele partiu da ideia do filósofo Immanuel Kant da finalidade sem fim. O socialismo é uma finalidade sem fim. Você tem que agir todos os dias como se fosse possível chegar no paraíso, mas você não chegará. Mas se não fizer essa luta, você cai no inferno.

O senhor é socialista?

Ah, claro, inteiramente. Aliás, eu acho que o socialismo é uma doutrina totalmente triunfante no mundo. E não é paradoxo. O que é o socialismo? É o irmão-gêmeo do capitalismo, nasceram juntos, na revolução industrial. É indescritível o que era a indústria no começo. Os operários ingleses dormiam debaixo da máquina e eram acordados de madrugada com o chicote do contramestre. Isso era a indústria. Aí começou a aparecer o socialismo. Chamo de socialismo todas as tendências que dizem que o homem tem que caminhar para a igualdade e ele é o criador de riquezas e não pode ser explorado. Comunismo, socialismo democrático, anarquismo, solidarismo, cristianismo social, cooperativismo… tudo isso. Esse pessoal começou a lutar, para o operário não ser mais chicoteado, depois para não trabalhar mais que doze horas, depois para não trabalhar mais que dez, oito; para a mulher grávida não ter que trabalhar, para os trabalhadores terem férias, para ter escola para as crianças. Coisas que hoje são banais. Conversando com um antigo aluno meu, que é um rapaz rico, industrial, ele disse: “o senhor não pode negar que o capitalismo tem uma face humana”. O capitalismo não tem face humana nenhuma. O capitalismo é baseado na mais-valia e no exército de reserva, como Marx definiu. É preciso ter sempre miseráveis para tirar o excesso que o capital precisar. E a mais-valia não tem limite. Marx diz na “Ideologia Alemã”: as necessidades humanas são cumulativas e irreversíveis. Quando você anda descalço, você anda descalço. Quando você descobre a sandália, não quer mais andar descalço. Quando descobre o sapato, não quer mais a sandália. Quando descobre a meia, quer sapato com meia e por aí não tem mais fim. E o capitalismo está baseado nisso. O que se pensa que é face humana do capitalismo é o que o socialismo arrancou dele com suor, lágrimas e sangue. Hoje é normal o operário trabalhar oito horas, ter férias… tudo é conquista do socialismo. O socialismo só não deu certo na Rússia.

Por quê?

Virou capitalismo. A revolução russa serviu para formar o capitalismo. O socialismo deu certo onde não foi ao poder. O socialismo hoje está infiltrado em todo lugar.

O socialismo como luta dos trabalhadores?

O socialismo como caminho para a igualdade. Não é a luta, é por causa da luta. O grau de igualdade de hoje foi obtido pelas lutas do socialismo. Portanto ele é uma doutrina triunfante. Os países que passaram pela etapa das revoluções burguesas têm o nível de vida do trabalhador que o socialismo lutou para ter, o que quer. Não vou dizer que países como França e Alemanha são socialistas, mas têm um nível de vida melhor para o trabalhador.

Para o senhor é possível o socialismo existir triunfando sobre o capitalismo?

Estou pensando mais na técnica de esponja. Se daqui a 50 anos no Brasil não houver diferença maior que dez do maior ao menor salário, se todos tiverem escola… não importa que seja com a monarquia, pode ser o regime com o nome que for, não precisa ser o socialismo! Digo que o socialismo é uma doutrina triunfante porque suas reivindicações estão sendo cada vez mais adotadas. Não tenho cabeça teórica, não sei como resolver essa questão: o socialismo foi extraordinário para pensar a distribuição econômica, mas não foi tão eficiente para efetivamente fazer a produção. O capitalismo foi mais eficiente, porque tem o lucro. Quando se suprime o lucro, a coisa fica mais complicada. É preciso conciliar a ambição econômica – que o homem civilizado tem, assim como tem ambição de sexo, de alimentação, tem ambição de possuir bens materiais – com a igualdade. Quem pode resolver melhor essa equação é o socialismo, disso não tenho a menor dúvida. Acho que o mundo marcha para o socialismo. Não o socialismo acadêmico típico, a gente não sabe o que vai ser… o que é o socialismo? É o máximo de igualdade econômica. Por exemplo, sou um professor aposentado da Universidade de São Paulo e ganho muito bem, ganho provavelmente 50, 100 vezes mais que um trabalhador rural. Isso não pode. No dia em que, no Brasil, o trabalhador de enxada ganhar apenas 10 ou 15 vezes menos que o banqueiro, está bom, é o socialismo.

O que o socialismo conseguiu no mundo de avanços?

O socialismo é o cavalo de Troia dentro do capitalismo. Se você tira os rótulos e vê as realidades, vê como o socialismo humanizou o mundo. Em Cuba eu vi o socialismo mais próximo do socialismo. Cuba é uma coisa formidável, o mais próximo da justiça social. Não a Rússia, a China, o Camboja. No comunismo tem muito fanatismo, enquanto o socialismo democrático é moderado, é humano. E não há verdade final fora da moderação, isso Aristóteles já dizia, a verdade está no meio. Quando eu era militante do PT – deixei de ser militante em 2002, quando o Lula foi eleito – era da ala do Lula, da Articulação, mas só votava nos candidatos da extrema esquerda, para cutucar o centro. É preciso ter esquerda e direita para formar a média. Estou convencido disso: o socialismo é a grande visão do homem, que não foi ainda superada, de tratar o homem realmente como ser humano. Podem dizer: a religião faz isso. Mas faz isso para o que são adeptos dela, o socialismo faz isso para todos. O socialismo funciona como esponja: hoje o capitalismo está embebido de socialismo. No tempo que meu irmão Roberto – que era católico de esquerda – começou a trabalhar, eu era moço, ele era tido como comunista, por dizer que no Brasil tinha miséria. Dizer isso era ser comunista, não estou falando em metáforas. Hoje, a Federação das Indústrias, Paulo Maluf, eles dizem que a miséria é intolerável. O socialismo está andando… não com o nome, mas aquilo que o socialismo quer, a igualdade, está andando. Não aquela igualdade que alguns socialistas e os anarquistas pregavam, igualdade absoluta é impossível. Os homens são muito diferentes, há uma certa justiça em remunerar mais aquele que serve mais à comunidade. Mas a desigualdade tem que ser mínima, não máxima. Sou muito otimista. (pausa). O Brasil é um país pobre, mas há uma certa tendência igualitária no brasileiro – apesar da escravidão – e isso é bom. Tive uma sorte muito grande, fui criado numa cidade pequena, em Minas Gerais, não tinha nem 5 mil habitantes quando eu morava lá. Numa cidade assim, todo mundo é parente. Meu bisavô era proprietário de terras, mas a terra foi sendo dividida entre os filhos… então na minha cidade o barbeiro era meu parente, o chofer de praça era meu parente, até uma prostituta, que foi uma moça deflorada expulsa de casa, era minha prima. Então me acostumei a ser igual a todo mundo. Fui criado com os antigos escravos do meu avô. Quando eu tinha 10 anos de idade, toda pessoa com mais de 40 anos tinha sido escrava. Conheci inclusive uma escrava, tia Vitória, que liderou uma rebelião contra o senhor. Não tenho senso de desigualdade social. Digo sempre, tenho temperamento conservador. Tenho temperamento conservador, atitudes liberais e ideias socialistas. Minha grande sorte foi não ter nascido em família nem importante nem rica, senão ia ser um reacionário. (risos).

A Teresina, que inspirou um livro com seu nome, o senhor conheceu depois?

Conheci em Poços de Caldas… essa era uma mulher extraordinária, uma anarquista, maior amiga da minha mãe. Tenho um livrinho sobre ela. Uma mulher formidável. Mas eu me politizei muito tarde, com 23, 24 anos de idade com o Paulo Emílio. Ele dizia: “é melhor ser fascista do que não ter ideologia”. Ele que me levou para a militância. Ele dizia com razão: cada geração tem o seu dever. O nosso dever era político.

E o dever da atual geração?

Ter saudade. Vocês pegaram um rabo de foguete danado.

No seu livro “Os parceiros do Rio Bonito” o senhor diz que é importante defender a reforma agrária não apenas por motivos econômicos, mas culturalmente. O que o senhor acha disso hoje?

Isso é uma coisa muito bonita do MST. No movimento das Ligas Camponesas não havia essa preocupação cultural, era mais econômica. Acho bonito isso que o MST faz: formar em curso superior quem trabalha na enxada. Essa preocupação cultural do MST já é um avanço extraordinário no caminho do socialismo. É preciso cultura. Não é só o livro, é conhecimento, informação, notícia… Minha tese de doutorado em ciências sociais foi sobre o camponês pobre de São Paulo – aquele que precisa arrendar terra, o parceiro. Em 1948, estava fazendo minha pesquisa num bairro rural de Bofete e tinha um informante muito bom, Nhô Samuel Antônio de Camargos. Ele dizia que tinha mais de 90 anos, mas não sabia quantos. Um dia ele me perguntou: “ô seu Antonio, o imperador vai indo bem? Não é mais aquele de barba branca, né?”. Eu disse pra ele: “não, agora é outro chamado Eurico Gaspar Dutra”. Quer dizer, ele está fora da cultura, para ele o imperador existe. Ele não sabe ler, não sabe escrever, não lê jornal. A humanização moderna depende da comunicação em grande parte. No dia em que o trabalhador tem o rádio em casa ele é outra pessoa. O problema é que os meios modernos de comunicação são muito venenosos. A televisão é uma praga. Eu adoro, hein? Moro sozinho, sozinho, sou viúvo e assisto televisão. Mas é uma praga. A coisa mais pérfida do capitalismo – por causa da necessidade cumulativa irreversível – é a sociedade de consumo. Marx não conheceu, não sei como ele veria. A televisão faz um inculcamento sublimar de dez em dez minutos, na cabeça de todos – na sua, na minha, do Sílvio Santos, do dono do Bradesco, do pobre diabo que não tem o que comer – imagens de whisky, automóvel, casa, roupa, viagem à Europa – cria necessidades. E claro que não dá condições para concretizá-las. A sociedade de consumo está criando necessidades artificiais e está levando os que não têm ao desespero, à droga, miséria… Esse desejo da coisa nova é uma coisa poderosa. O capitalismo descobriu isso graças ao Henry Ford. O Ford tirou o automóvel da granfinagem e fez carro popular, vendia a 500 dólares. Estados Unidos inteiro começou a comprar automóvel, e o Ford foi ficando milionário. De repente o carro não vendia mais. Ele ficou desesperado, chamou os economistas, que estudaram e disseram: “mas é claro que não vende, o carro não acaba”. O produto industrial não pode ser eterno. O produto artesanal é feito para durar, mas o industrial não, ele tem que ser feito para acabar, essa é coisa mais diabólica do capitalismo. E o Ford entendeu isso, passou a mudar o modelo do carro a cada ano. Em um regime que fosse mais socialista seria preciso encontrar uma maneira de não falir as empresas, mas tornar os produtos duráveis, acabar com essa loucura da renovação. Hoje um automóvel é feito para acabar, a moda é feita para mudar. Essa ideia tem como miragem o lucro infinito. Enquanto a verdadeira miragem não é a do lucro infinito, é do bem-estar infinito.

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Uma reportagem sem sal e sem qualidade.

Posted by alexproenca em julho 10, 2011

O jornal Bom dia Sorocaba, publica hoje uma uma matéria sobre a Feijoada do PT e a chama de sem sal.

Se tivessem saboreado o prato, saberiam que estava muito bom.

E lá, era local de festa.

E não para grandes definições políticas.

Alias, teve grandes definições politicas, com a reunião de mais de 500 pessoas.

Mostrando o crescimento e o fortalecimento do PT de Sorocaba.

Salvo raras exceções, a imprensa sorocabana publica matérias insonsas e de baixa qualidade.

Lembro do editorial de um jornal, que dizia que o PT tinha acabado.

Pois elegemos a Dilma Presidenta do Brasil e fizemos as maiores bancadas de deputados federais e estaduais de São Paulo.

A “vontade” de acabar com o PT nas linhas do jornais, não encontra eco, no voto popular.

 

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Amary é condenado por contratos irregulares.

Posted by alexproenca em julho 9, 2011

Fonte: Jornal Cruzeiro do Sul

O ex-prefeito e ex-secretário da Administração terão que ressarcir os cofres públicos em R$ 23 milhões
Notícia publicada na edição de 09/07/2011 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 7 do caderno A – o conteúdo da edição impressa na internet é atualizado diariamente após as 12h.
Marcelo Andrade
marcelo.andrade@jcruzeiro.com.br

O ex-prefeito e ex-deputado federal Renato Fauvel Amary, bem como o ex-secretário de Administração Carlos Roberto Levy Pinto foram condenados pela Justiça por improbidade administrativa e terão que ressarcir, juntos, os cofres públicos um valor quer pode chegar a R$ 23 milhões, além da suspensão dos direitos políticos por oito anos, a perda de eventuais funções públicas, além de estarem proibidos de contratar com o poder público ou receber benefícios ou incentivos fiscais. A condenação, em primeira instância, partiu do juiz titular da Vara da Fazenda Pública, Marcos Soares Machado, que negou embargos de declaração impetrado por seus advogados na tentativa de reverter a sentença, publicada no diário Oficial do Estado, no dia 27 de maio.

Em outro processo, em segunda instância, o colegiado de desembargadores do Tribunal de Justiça, condenou ambos por improbidade administrativa e terão que pagar, solidariamente, multa no valor de R$ 400 mil. As condenações são por contratos celebrados com empreiteiras contratadas sem licitação, sob a alegação de se tratavam de obras emergenciais, para a realização de serviços de tapa-buracos, entre os anos 2003 e 2004. Renato Amary informou, por meio de sua assessoria, que tudo foi feito dentro da legabilidade e que seus advogados, “como de praxe”, estarão apresentando os recursos das decisões. Já o ex-secretário Carlos Roberto Levy Pinto foi procurado mas não foi localizado pela reportagem até o fechamento desta edição.

As ações foram propostas pelo Ministério Público, em 2009, sob a acusação de favorecimento às empresas Pratic & Service Terceirizados e Obragem Engenharia. Na ocasião, os promotor Jorge Alberto de Oliveira Marum, por meio do procedimento 123/09, o MP denunciou irregularidades em contratos da Prefeitura com as empreiteiras, por meio das comissões permanentes de licitação (CPLs) 314/04, 176/05 e 554/05, que geraram a condenação em primeira instância. O valor total da causa – com juros e multa – para devolução aos cofres públicos foi calculado em R$ 23.407.949,27. Nessa ação, o promotor conta que “emergência é uma situação excepcional, extraordinária”.

Ele explica que o período emergencial dura, no máximo, 180 dias. Mas a investigação revelou que não era respeitado esse prazo, pois novos contratos eram firmados com as mesmas empresas. “Uma prorrogação indireta”, observa. “A lei veta expressamente que se prorrogue”, garante e completa: “O serviço de tapa-buraco é um serviço contínuo. Tanto é contínuo que é um contrato atrás de outro. Contratos sucessivos e emergenciais. Como é possível você ter emergência num contrato atrás do outro?”, questiona o promotor no documento que motivou a ação e a consequente condenação.

“Reprovabilidade”

No texto da ação o MP observa que “o procedimento é repleto de ilegalidades, a iniciar pela nova dispensa de licitação, seguindo por serviços prestados sem cobertura contratual, majoração em mais de 100%, sem sequer formulação de aditivo, e prorrogação com aditivo confeccionado apenas após a prestação dos serviços”. O processo de dispensa foi aberto em 19 de outubro de 2004, tendo como objetivo, segundo o texto enviado à Vara da Fazenda, a “contratação emergencial de empresa especializada para prestar serviços de recuperação asfáltica (tapa-buraco), de aproximadamente 43.000 metros quadrados, no perímetro urbano”.

A Promotoria ressaltou que “sem qualquer justificativa de escolha, foram contratadas as empresas Pratic Service e Obragem”. Antes da assinatura do contrato os serviços já eram prestados e os pagamentos efetuados, conforme nota fiscal de novembro de 2004. Os contratos, por sua vez, só foram assinados pelo chefe do Executivo, no caso Renato Amary, e os representantes das firmas, no dia 6 de dezembro, ou seja, noventa dias renderam a cada empreiteira R$ 304.860,65. Até dia 10 de janeiro de 2005 já havia sido empenhado e gasto R$ 368.402,68 em favor da Pratic Service e outros R$ 363.594,65 para a Obragem, revela a ação.

A Promotoria denunciou que “houve pagamentos, pois, em valores superiores aos contratados, sem qualquer aditivo”. E acrescenta no texto que, sem qualquer justificativa plausível e independente de qualquer forma legal, foi solicitada “complementação de empenho” já superior ao contratado, em valor maior ao do contrato inicial: R$ 550 mil para cada empresa. Os novos empenhos foram formalizados, independente de aditamentos, mas a falta de dotação levou a empenhar “apenas” R$ 250 mil para cada empreiteira.

Já na decisão do juiz da Vara da Fazenda Pública, Marcos Soares Machado, afirma que “o serviço contratado, desde o início, não seria, como não é, indispensável e poderia aguardar o resultado de um certame licitatório tendente à contratação de empresa.” De acordo com o magistrado, a lesão aos cofres públicos decorre da ausência de licitação prévia, em que os participantes poderiam oferecer preço inferior ao contratado. E, diante disso foi taxativo: “A conduta dos réus reveste-se de importante reprovabilidade, de modo que inarredável atender integralmente a pretensão do Ministério Público.”

Em 2.ª instância

Já em segunda instância, o colegiado de desembargadores do Tribunal de Justiça, tendo como relator o magistrado Leme de Campos, negou, no último dia 14 de abril, embargos de declaração, numa tentativa de reverter a decisão que condenou tanto o ex-prefeito Renato Amary, como seu ex-secretário de Administração á época, Carlos Roberto Levy Pinto, ambos por improbidade administrativa, diante disso terão que pagar, solidariamente, multa no valor de R$ 400 mil. Nesta decisão, entretanto, ambos conseguiram que a decisão fosse reformulada e se livraram da condenação de ressarcimento ao erário público, bem como da pena de suspensão dos direitos políticos por oito anos, além da perda de eventuais funções públicas, além de estarem proibidos de contratar com o poder público ou receber benefícios ou incentivos fiscais.

Nesta ação, o MP denunciou que Amary contratou a Pratic Service, por meio da Comissão Permanente de Licitação (CPL 014/03), em 16 de janeiro de 2003, com validade de 90 dias, no valor de R$ 336 mil, e, vencido esse prazo, a contratação, dita emergencial, foi prorrogada por mais 90 dias, pelos mesmos prazo e valor. Ao final do contrato, com aditamentos, que encareceram as obras, a Prefeitura pagou à contratada o valor total de R$ 1.350.255,65, ou seja, cerca de 400% a mais do previsto.

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100 da redescoberta de Machu Picchu.

Posted by alexproenca em julho 9, 2011

Ano que vem, estarei lá.

Fonte BBC.

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