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PARTE 4 – A MAIS-VALIA RELATIVA

                                                                         PARTE 4 

                                                           A MAIS-VALIA RELATIVA 

 

A força de trabalho, produzindo um valor maior do que vale, isto é, uma mais-valia, gerou o capital, aumentando ainda mais esta mais-valia através do prolongamento da jornada de trabalho, conseguiu o tal alimento suficiente para a sua primeira idade. 

O capital vai crescendo e a mais-valia precisa ir aumentando para satisfazer essa crescente necessidade. Mas o aumento de mais-valia, comi vimos até agora, não quer dizer outra coisa que prolongamento da jornada de trabalho. É claro que essa jornada tem o seu limite natural, que por mais elástica que seja a sua duração. Por mais reduzido o tempo que o capitalista deixa ao trabalhador para que ele satisfaça as suas mais prementes necessidades, a jornada de trabalho será sempre menor do que 24 horas. Portanto, a jornada de trabalho tem um limite natural, e a mais-valia, por conseguinte, encontra um obstáculo instransponível. Indiquemos a jornada de trabalho com sua a linha AD: 

A — B — C — D 

A letra A nos indica o principio, e a D o fim, o limite natural que não se pode ultrapassar. Seja AC a parte da jornada na qual o operário produz o valor do salário recebido e CD a parte da jornada em que o operário produz mais-valia. Como vimos o nosso fiandeiro  recebendo R$ 100,00 de salário, com uma metade de sua jornada reproduzindo o valor de seu salário e com a outra metade produzia R$ 100,00 de mais-valia.  

O trabalho AC, com o qual se produz o valor do salário, chama-s trabalho necessário, enquanto o trabalho CD, que produz a mais-valia chama-se trabalho excedente ou sobre-trabalho. O capitalista esta interessado no sobre-trabalho, porque é ele quem cria a mais-valia. O sobre-trabalho prolonga a jornada de trabalho, o qual encontra seu limite natural D, representando um obstáculo instransponível para o sobre-trabalho e para a mais-valia. E agora, o que fazer? O capitalista encontra logo o remédio. Ele observa que o sobre-trabalho tem dois limites, um D quando termina o fim da jornada; o outro C – quando acaba o tempo de trabalho necessário. O limite D é irremovível; o capitalista não pode criar um dia com mais de 24 horas. Mas o mesmo não acontece com o limite C. Diminuindo o tempo de trabalho necessário C, recuando-o até o ponto B, o sobre-trabalho CD aumenta sua extensão. A mais-valia encontra, assim, uma forma de continuar crescendo; agora, não mais de modo absoluto, isto é, simplesmente prolongando a jornada de trabalho. A partir desse momento, a mais-valia cresce em relação ao aumento do sobre-trabalho e corresponde a diminuição do trabalho necessário. No primeiro tipo de exploração, que chamamos de mais-valia absoluta, o patrão esticava a jornada de trabalho de 10 para 12 horas; no segundo tipo de exploração, que chamamos de mais-valia relativa, o capitalista embolsa,diminuindo o tempo de trabalho necessário. 

O fundamento da mais-valia relativa é a diminuição do trabalho necessário. Esta diminuição se fundamenta na diminuição do salário. E a diminuição do salário se fundamenta na diminuição dos produtos necessários ao trabalhador; portanto a mais-valia relativa é fundamentada no barateamento das mercadorias que servem o operário. 

Alguém está se perguntando agora, se não haveria um jeito mais simples para o capitalista arrancar a mais-valia relativa, se ele, por exemplo, ao comprar a mercadoria do trabalhador, ou seja, a sua força de trabalho, lhe pagasse um salário menor do que lhe cabe; isto é, não lhe pagasse o justo preço de sua mercadoria. 

De fato, este expediente é muito usado. Mas aqui, só vamos considerar a lei das trocas em toda a sua pureza: todas as mercadorias – incluindo a força de trabalho – devem ser vendidas ser compradas pelo justo valor. E, além disso, o nosso capitalista é um burguês absolutamente honesto, jamais usará de qualquer meio para fazer crescer seu capital que não seja inteiramente digno dele. 

Suponhamos que em uma jornada de trabalho de 12 horas um operário produza 6 unidades de uma mercadoria. O capitalista vende essas 6 unidades pelo preço de R$ 75,00. No valor desta mercadoria entram: 

Matéria-prima e meios de produção                    R$ 15,00Salário                                                             R$ 30,00Mais-valia                                                         R$ 30,00Total                                                                R$ 75,00 

Em cada mercadoria ele ganha R$ 5,00 de mais-valia (R$ 30,00 / 6 unidades) e gasta R$ 7,50 (R$ 45,00 / 6 unidades) para produzi – lá.  

Ele vende cada unidade ao valor de R$ 12,50 (R$ 75,00 / 6 unidades). 

Agora, suponhamos que, graças a um novo sistema de trabalho ou simplesmente com o aperfeiçoamento do antigo, a produção duplique: em vez de 6 unidades por dia, o capitalista produza 12 unidades. Vejamos como ficam as contas: 

 

Matéria-prima e meios de produção (dobro)         R$ 30,00Salário                                                             R$ 30,00Mais-valia                                                         R$ 30,00Total                                                                R$ 90,00 

Ele vende cada unidade ao valor de R$ 7,50 (R$ 90,00 / 12 unidades). 

No mercado de hoje, portanto, o capitalista precisa de um espaço maior para vender o dobro de suas mercadorias, o que ele consegue vendendo-as um pouco mais barato (de R$ 12,50 para R$ 7,50). Em outras palavras o capitalista tem a necessidade de encontrar uma razão pela quais suas mercadorias possam ser vendidas, em quantidade duas vezes maior do que antes; e a razão ele encontra, lógico, na baixa de preço. 

Ele venderá os seus artigos a um preço menor que R$ 12, 50, que era o seu preço anterior, mas mais caro do que R$ 7,50 que é o valor de hoje de cada um. 

Digamos que o venda a R$ 10,00 e já terá assegurado o dobro R$ 60,00 – foi o quanto lucrou com a venda de seus produtos – dos quais R$ 30,00 são a mais-valia e os outros R$ 30,00 ele conseguiu da diferença entre o valor real e o preço pelo qual foram vendidos. 

Como vêem o capitalista não dorme no ponto, tirando grande proveito do aumento da produção. Todos os capitalista, são altamente interessados em aumentar a produção de suas indústrias, como acontece hoje em dia em quase todos os ramos da produção. Mas aquele lucro extra que ele retirava da diferença entre o valor da mercadoria e os eu preço de venda dura pouco; o novo ou o aperfeiçoado sistema de produção passa a ser adotado, pelos outros capitalistas. Resultado: o valor da mercadoria cai para a metade. Antes, cada artigo valia R$ 12,50 e agora vale R$ 6,25. Mas o capitalista continua tendo o mesmo lucro, apenas dobrando a produção. Antes, R$ 30,00 de mais-valia em 6 unidades; hoje a mesma mais-valia, R$ 30,00, entretanto em 12 unidades.Mas como os 12 artigos foram produzidos no mesmo tempo em que eram produzidos os 6 artigos, isto é, em 12 horas de trabalho, tem-se sempre os R$ 30,00 de mais-valia em uma jornada de 12 horas, mas o dobro da produção. 

Quando esse aumento da produção atinge os produtos necessários ao trabalhador e sua família, cai o preço da força de trabalho e com isso diminui também o tempo de trabalho necessário, aumentando o sobre-trabalho, que constituí a mais-valia relativa. 

 

14 Respostas to “PARTE 4 – A MAIS-VALIA RELATIVA”

  1. Antônio said

    Gostaria que me explicasse sobre o que é mais valia no sentido bem simples

  2. jose carlos said

    muito boa essa explicacao

  3. A mais-valia,está dificutando muito vida de pessoas q

  4. mylla said

    gostaria que fosse mas simples

  5. Robson dos Anjos said

    Gostaria de um pequena e simples explicação do que é mais valia e um exemplo pequeno de exploração da mais valia.
    Obrigado e que Deus os abençoe.

  6. Robson dos Anjos said

    Gostaria de uma pequena e simples explicação do que é mais valia e um exemplo pequeno de exploração da mais valia.
    Obrigado e que Deus os abençoe.

  7. Elisa Lins said

    gostaria q fosse + simples! esse texto ta muito complicado!
    [:D]

  8. Rosangela said

    achei bom o texto, mas gostaria de uma explicação para leigos, pois não entendo muito de economia.
    Obrigada

    • tiffania said

      mais-valia: ocorre na mudança da proporção entre os dois componentes da jornada de trabalho (trabalho excedente e trabalho necessário). Pelo que entendo seria, segundo Karl Marx, um método de aumentar seu lucro. Diferente da mais-valia absoluta, sendo o método de aumentar o lucro do capitalista por meio do aumento da jornada de trabalho.

      😀

  9. Julio Cesar Pinto Teixeira said

    Mais-valia, em Marx, é a diferença entre o valor do trabalho que é pago pelo capitalista ao operário, e o valor que é transferido à mercadoria durante a jornada normal de trabalho. Isto independente da realização de venda dessa mercadoria no mercado pelo processo de oferta e procura. A mais-valia pode ser aumentada na proporção em que é aumentada a jornada de trabalho ou o ritmo desse trabalho, mantendo-se constante o valor pago pelo salário (mais-valia absoluta). Da mesma forma a mais-valia é aumentada na proporção em que são introduzidas melhorias técnicas no maquinário, equipamentos e métodos administrativos de maneira a aumentar a produtividade do trabalho, mantendo-se o mesmo ritmo de trabalho e o mesmo salário. Ambas as maneiras de aumentar-se a extração de mais-valia podem ser aplicadas simultaneamente pelo capitalista.

  10. ingryd said

    Gostaria de uma explicação mais simplória sobre a mais-valia e sobre a mais-valia relativa. Abraços 🙂

    • Júlio César Pinto Teixeira - Economista said

      Ingryd,a resposta não é fácil em poucas palavas, mas vamos lá: O VALOR de uma MERCADORIA é dado pelos seguintes VALORES: insumos + máquinas e equipamentos + instalações + força de trabalho. Quer dizer, cada unidade de mercadoria carrega um pouco do valor dessas CATEGORIA ECONÔMICAS na composição do seu VALOR. Ocorre, que os insumos, as máquina e equipamentos e as instalações (prédios, etc), são comprados por um preço X pelo patrão, e o seu valor é repassado integralmente para a mercadoria fabricada, com o passar do tempo, até a sua completa depreciação. A força de trabalho é uma mercadoria diferente. O preço da força de trabalho (salário) é aquele valor necessário para a sobrevivência e reprodução diária do trabalhador. Acontece, que o trabalhador é contratado para trabalhar um certo número de horas por dia, independente do número de bens ou serviços que ele produza. Esse tempo seria, digamos, oito horas diárias. Mas em uma hora…. ou duas horas diárias, por exemplo, ele já paga o preço do seu salário. Ou melhor, ele já paga aquilo que necessita para o seu sustento. As outras seis horas ele trabalha de graça (sem receber pelo valor do seu trabalho) para o patrão. Então, se diz que a única mercadoria que cria valor novo é o trabalho. Esse período não pago pelo patrão, que é o seu lucro, que vem acrescentar valor novo à mercadoria, se dá o nome de MAIS VALIA.

      A MAIS VALIA ABSOLUTA, é quando o patrão diminui o valor do salário, pagando abaixo daquilo que o trabalhador necessita para viver. Ou então aumenta as suas horas de trabalho, digamos, de oito horas para nove horas, sem pagar nenhum acréscimo de salário. Nesses casos, as horas de trabalho para para pagar o seu salário diminuem, de forma a aumentar o lucro, ou a mais valia do patrão.

      A MAIS VALIA RELATIVA, é quando o patrão introduz novas tecnologias, de forma a aumentar a produtividade na fábrica. Quer dizer, com o mesmo número de trabalhadores, o mesmo número de horas trabalhadas, e o mesmo salário pago, uma nova máquina mais moderna permite que um trabalhador que produzia um unidade de mercadoria, passe a produzir duas, cinco ou mais mercadorias. O custo do patrão aumenta um pouco devido a compra de novo equipamento, mas as unidades à mais produzidas fazem desvalorizar o salário, de forma que a mais valia aumenta.

      Esses os conceitos das categorias econômicas VALOR, TRABALHO, MERCADORIA, MAIS VALIA, MAIS VALIA ABSOLUTA E MAIS VALIA RELATIVA, Ingyd. Se não ficou claro, por favor manifeste aí novamente.

      Um alerta: estamos falando da composição de VALOR REAL das mercadorias. Não estamos falando de VALOR DE MERCADO que é outra coisa. O patrão tem lucro mesmo vendendo a mercadoria pelo seu valor real, justamente pelo artifício de pagar ao trabalhador o valor da sua reprodução diária, mas continuar a usar a força de trabalho do trabalhador de graça por mais algumas horas, extraindo assim a mais valia. O preço que a mercadoria assume após a sua realização no mercado é aquele valor submetido à oferta e procura de mercado, que faz com que eventualmente o patrão consiga vender a sua mercadoria por um preço acima do que ela vale, quebrando a concorrência, caso em que uma empresa ganha enquanto a outra perde em função da vontade de pagar mais dos consumidores. No fundo o que interessa, é que deve haver um equilíbrio na economia entre riqueza e o que foi produzido pela força de trabalho. TODA RIQUEZA QUE EXISTE, VEIO DO TRABALHO.

      Um abraço.

      Júlio César Pinto Teixeira – Economista

      • Lorena Almeida said

        Boa noite Júlio César Pinto Teixeira, sua resposta sobre mais-valia para mim foi de suma importância, consegui entender o cap. 4(pequena história da mais-valia e da administração), de Omar Aktouf. Obrigado.

  11. Cicero said

    Nao tem como simplificar a mais valia relativa se usar a mesma logica marxista. Pois ele parte de principios Hegelianos ao escrever o capital… um deles, caracteriza-se pelo simples fato de toda ciência, inicialmente, ser conduzida com extrema dificuldade, isto é, escreveu intencionalmente dificil. ta ai um limite do Marx. A melhor forma para entender esse fenomeno do capitalismo é primeiramente ler o livro e pesquisar anotando parte por parte.

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