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Obra do PAC revela tesouros arqueológicos de até 7 mil anos.

Posted by alexproenca em novembro 2, 2013

Material coletado na região da Usina Santo Antônio, em Rondônia, reúne 700 mil peças e deve estar disponível ao público em dois anos e meio

Mais de 700 mil fragmentos encontrados em 58 sítios arqueológicos e outros 157 pontos isolados na prospecção anterior à construção da Usina Hidrelétrica Santo Antônio, no Rio Madeira, em Porto Velho, Rondônia, passam por processo de limpeza e análise que deve terminar no final deste ano e devem estar disponíveis aos olhares do público em cerca de dois anos e meio. O material inclui peças de até sete mil anos encontradas em 43 sítios pré-coloniais e de outros 15 sítios com sinais de ocupação urbana dos séculos 19 e 20. A obra da usina está incluída no PAC 2 (Programa de Aceleração do Crescimento).

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“Cada pedacinho é contado como um”, conta o responsável pelo programa de arqueologia da usina, Ricardo Euclides Ferreira.”É uma região de garimpeiros, e eles achavam muita coisa. Vários sitios desses, na verdade, foram redescobertos. Já existiam evidências destes locais.”

Veja imagens dos trabalhos na região da usina:

Decalque em tecido de um dos painéis do sítio arqueológico Ilha do Japó . Foto: Michelle M. Tizuka/Divulgação
14/15

 

 

As primeiras prospecções na área foram realizadas na década de 1970 pelo arqueólogo Eurico Miller, como parte do Programa Nacional de Pesquisas Arqueológicas da Bacia Amazônica (Pronapaba), financiado pelo instituto Smithsonian (EUA). Mais tarde, na década de 1980, Miller conduziu os estudos para a construção da Usina de Samuel, no rio Jamari.

Escavações em mais de 90 sitios que foram aldeias indígenas revelaram sinais da presença humana na região há pelo menos 9 mil anos. Os materiais coletados nesta época, no entanto, estão armazenados dentro da usina, localizada a cerca de 20 km de Porto Velho. Em escavações para a linha de transmissão Ji-Paraná-Rolim de Moura, também em Rondônia, Miller encontrou vestígios datados de 13,8 mil anos pelo instituto.

“Torço para que os consórcios construtores continuem a zelar pelo patrimônio histórico que foi extraído das barrancas do rio Madeira e que este caso não seja mais um como os das hidrelétricas de Samuel, Balbina e Tucuruí, construídas na década de 80 e cujo material arqueológico atualmente apodrece, ironicamente num local a menos de 50 km da Usina de Santo Antônio e da Unir, que são vizinhas”, afirma o coordenador do curso de Arqueologia da Universidade de Rondônia, (Unir), Carlos Zimpel.

As escavações que recolheram este tesouro arqueológico mobilizaram uma equipe que chegou a contar com 90 integrantes no período de julho de 2008 até o fim de 2012. A exploração começou na área com mais de 1,5 mil hectare do canteiro de obras.

Mais tarde, passou para a região do reservatório, em que foram exploradas 18 áreas de amostragem, ao longo de dois meses e meio, no período de seca do rio. Em cinco delas, foram encontradas gravuras rupestres: Ilha Dionísio, Ilha do Japó, CPRM 2, Ilhas das Cobras e Teotônio. Áreas de reassentamento e de construção de acessos para a usina também foram prospectadas.

A Usina Santo Antônio começou a ser construída no início de 2008. Uma das primeiras grandes obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), a entrar em operação, ela começou a funcionar em 30 de março de 2012. Atualmente em obras de ampliação, a usina será a terceira maior hidrelétrica do País, gerando 3.150 MW, capaz de abastecer mais de 40 milhões de usuários.

O levantamento e resgate do patrimônio arqueológico são parte do processo de obtenção de licenças ambientais que precede o início das obras.

A questão é regida pela lei 3924/1961, pela resolução 001/1986 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), que impõe o licenciamento a hidrelétricas e pelo artigo 20 da Constituição Federal, que estabelece sítios arqueológicos e pré-históricos como bens da União. Há também a portaria 230/2002 do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), prevê tanto a fase de campo, como a de laboratório, que é o estágio atual do material resgatado em Santo Antônio. A etapa inclui limpeza, triagem, registro, análise e interpretação do material coletado.

Concluído o processo, as peças serão encaminhadas à Universidade de Rondônia (Unir), onde será erguido um prédio especificamente para abrigá-los. Serão investidos na construção R$ 5 milhões em parceria com o consórcio Energia Sustentável do Brasil, responsável pela construção da Usina de Jirau, que também enviará material arqueológico para o local.

“A questão do tamanho do investimento é irrelevante, poderia até me atrever a dizer que o investimento da universidade é muito maior que o dos consórcios construtores das usinas”, pondera Zimpel, da Unir. “Como se pode calcular em reais o preço de manter de maneira vitalícia um acervo da magnitude como o que foi gerado pelas usinas, que necessita de conhecimentos específicos para sua manutenção? Não há como calcular isso”. Segundo o professor, a negociação para a construção do prédio foi um “trâmite longo e trabalhoso”. “Chegaram de uma hora para outra, parecendo um conquistador chegando com miçangas e espelhos.”

Zimpel também faz críticas à prospecção realizada pelos consórcios. “Infelizmente, nas duas usinas, a amostragem foi parcial e diversas áreas ficaram sem prospecção, como por exemplo as cabeceiras dos igarapés que deságuam no Madeira, local onde tradicionalmente encontramos antigas aldeias indígenas.”

A velocidade do trabalho também entra na mira do pesquisador. “Deveríamos seguir exemplos do Japão, por exemplo, onde se valoriza planejar a longo prazo um empreendimento. Lá, se for necessário, se planeja algo durante 50 anos, para execução em cinco. Aqui, planeja-se em cinco, para execução de 50. No Brasil, arqueólogo está começando a se acostumar a trabalhar sob som do ronco do trator, com a pressa e a pressão, com a baixa remuneração, algo totalmente diferente e que nunca antes fora visto na profissão.”

Apesar do prazo curto, uma equipe numerosa e o uso de recursos tecnológicos compensaram o trabalho na Usina Santo Antonio, segundo avaliação de Renato Kipnis, diretor da Scientia, empresa responsável pelos trabalhos arqueológicos. “O que fizemos em quatro anos, na academia levaríamos provavelmente 30 para fazer. O volume de sítios que a gente identificou, escavou, o volume de material gerado, levaria algumas décadas para concluir, porque o ritmo é outro e não se consegue financiamento desse tamanho no contexto acadêmico”.

Formado por Furnas, Caixa Fip Amazônia Energia, Odebrecth Energia, Andrade Gutierrez e Cemig, o consórcio Santo Antônio Energia investiu cerca de R$ 30 milhões nos trabalhos de arqueologia, de acordo com Ferreira, responsável pelo programa.

Os dois meses e meio de prospecções na região do reservatório contaram com dois equipamentos capazes de escanear as gravuras rupestres encontradas em pedras do entorno de ilhas fluviais e reproduzí-las em 3D em programas de computador. Foi a solução encontrada para prosseguir os estudos da área que ficará permanentemente sob a água. O processamento e a interpretação dos dados coletados só deve terminar no início de 2014. “O trabalho de laboratório demora muito mais que o trabalho de campo. É muito material. Vai levar pouco mais de um ano para para processar todas as imagens e deixá-las prontas”, prevê Kipnis.

Vila de Santo Antônio

Os sítios encontrados no reservatório ficam embaixo d’agua. Os explorados na prospecção deram lugar ao prédio da usina. No entanto, uma pequena área que seria aterrada para a construção de uma das estradas de acesso à usina está preservada. Desviaram o trajeto cerca de 500 metros para preservar vestígios da Vila de Santo Antônio, que deu origem a Porto Velho.

A vila se formou nos últimos pontos em que se pode navegar pelo rio Madeira. A partir dali, há o primeiro trecho de cachoeiras do rio, que impede a passagem de grandes embarcações. As primeiras ocupações nesta região foram de padres jesuítas, que chegaram no fim do século 18.

Sinais desta época não foram encontrados na prospecção de Santo Antonio. Há apenas registros historiográficos. As peças e resquícios de construções encontrados na prospecção datam do século 19 e do início do século 20, época em que houve uma série de tentativas e finalmente a implantação, em 1907, da estrada de ferro Madeira-Mamoré.

A ferrovia foi moeda de troca no acordo com a Bolívia que tornou o Acre parte do Brasil. Serviria para escoar a produção de borracha para além do trecho onde a navegação era impossível. Por estar no limite da área navegável, a vila tornou-se o marco zero dos trilhos. A população do entorno, no entanto, estava sujeita às condições insalubres da região. Eram inúmeros os casos de malária.

“Para construir uma ferrovia dessas precisava de todo um complexo de oficinas, maquinário, serraria, toda uma logística para a construção. Manter as pessoas com certo nível de saúde seria muito complicado lá na vila de Santo Antônio. Então tomaram a decisão de descer o rio Madeira mais oito quilômetros e construir esse local. A vila hoje está dentro do município de Porto Velho”, conta o superintendente do Iphan em Rondônia, Danilo Curado.

O sítio preservado chegou a receber estudantes de arqueologia da Unir para aulas práticas de escavação. Agora, segundo Kipnis, “está lá”, disponível como objeto de estudo para pesquisadores.

A demanda por trabalho de arqueólogos aumentou com o licenciamento necessário para as obras do PAC. “Essas obras de infraestrutura criaram uma demanda enorme para arqueólogos e não tem profissional suficiente para dar conta do trabalho”, avalia Kipnis. Atualmente, há 11 cursos de graduação no Brasil na área. Em 2007, eram apenas três.

“Quantitativamente temos um salto no número de arqueólogos no Brasil, mas qualitativamente não”, lamenta Zimpel, da Unir. Segundo ele, no Brasil, é comum a contratação de profissionais graduados, que recebem treinamento especifico, muitas vezes realizado no próprio campo e sem supervisão direta de um arqueólogo mais experiente.

“O que temos é um número maior de escavadores, mas não de arqueólogos. Contudo, dada a demanda, temos diversos cursos de graduação e novos cursos de pós-graduação em arqueologia, panorama bem diferente do que há 10 anos. Mas isto é uma demanda do mercado, que querendo ou não está ligada ao PAC.”

 

 

 

 

 

 

 

Fonte: http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/2013-11-02/obra-do-pac-revela-tesouros-arqueologicos-de-ate-7-mil-anos.html

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SÉRGIO AMADEU: VOCÊ SABE QUEM INVADE SEU COMPUTADOR?

Posted by alexproenca em julho 26, 2013

 

Durante a “aula pública” sobre o Marco Civil da Internet, realizada nesta terça-feira (23), em São Paulo, o sociólogo Sérgio Amadeu da Silveira, especialista no tema, exibiu a apresentação “Você sabe quem invade seu computador?”.

Produzida com software livre e liberada para “reprodução e remixagem”, como frisa o autor ao final do arquivo, a apresentação utiliza o caso de Edward Snowden, ex-analista da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos e responsável por revelar ao mundo o fato de o país norte-americano espionar as atividades e comunicações de usuários da Internet em todo o globo, para discutir a questão da privacidade na Internet.

O tema é um dos principais eixos do Marco Civil da Internet, projeto de lei análogo a uma espécie de Constituição da Internet no Brasil. Apesar de ser considerada por especialistas internacionais como uma das legislações mais avançadas do mundo para o setor, o projeto sofre com o lobby da indústria de telecomunicações, que se posiciona contrária à neutralidade da rede, princípio que assegura a não-discriminação dos pacotes de dados e conteúdos que circulam na rede. O princípio da neutralidade, porém, é fundamental para a garantia dos direitos à privacidade, à liberdade de expressão e à criatividade e inovatividade na rede.

Confira e compartilhe a apresentação produzida por Sérgio Amadeu: Você sabe quem invade seu computador?

Da redação

Foto: Priscila Gonsales, publicada no Facebook

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Pensando um pouco.

Posted by alexproenca em junho 19, 2013

As grandes mobilizações da juventude conseguiram reduzir os preços das passagens dos transportes públicos. Foi uma grande vitória da massa trabalhadora.

 

A décadas a situação era degradante, preços altos e baixa qualidade.

 

Os poderes públicos até fizeram algumas coisas, mas não na velocidade necessária.

 

A tensão se acumulou até explodir.

 

E as prefeituras foram incapazes de entender as dimensões dos protestos e demoraram para dar uma resposta positiva.

 

No geral, as manifestações foram democráticas com um grande conteúdo de esquerda. Havendo alguns mais exaltados e outros tentando manipular os protestos para outros objetivos.

 

Não eram protestos racistas, homofóbicos, fascistas.

 

Na realidade eles pediam a intervenção estatal e melhorias do serviço publico.

 

Diferente das campanhas pelas DIRETAS JÁ, onde os partidos e os sindicatos, agiram no comando das manifestações. Estas foram organizadas de forma direta e espontâneas, utilizando as facilidade fornecidas pela revolução tecnológica: a internet, celulares, tablets.

 

Se antes, montar uma gráfica, um jornal exigia um grandes investimento, hoje a tecnologia fornece os meios de comunicação direta e rápida com baixo custo.

 

Os partidos e sindicatos se tornaram irrelevantes para as mobilizações.

 

Porém eles são importantes no desfecho do processo, pois não existe democracia sem partidos e sindicatos forte.

 

Um pais de dimensões continentais como o BRASIL, só é possível com um programa politico que atenda as dimensões de toda a nação.

 

A existência destas mobilizações vai implicar na necessidade de renovação da forma de ação dos partidos.

 

Ao mesmo tempo vai existir uma sociedade civil não partidária, muito forte cobrando resultados e ações mais eficiente dos governos.

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AOS QUE AINDA SABEM SONHAR.

Posted by alexproenca em junho 11, 2013

Por Andre Borges Lopes em http://www.advivo.com.br/luisnassif

 

O fundamental não é lutar pelo direito de fumar maconha em paz na sala da sua casa. O fundamental não é o direito de andar vestida como uma vadia sem ser agredida por machos boçais que acham que têm esse direito porque você está “disponível”. O fundamental não é garantir a opção de um aborto assistido para as mulheres que foram vítimas de estupro ou que correm risco de vida. O fundamental não é impedir que a internação compulsória de usuários de drogas se transforme em ferramenta de uma política de higienismo social e eliminação estética do que enfeia a cidade. O fundamental não é lutar contra a venda da pena de morte e da redução da maioridade penal como soluções finais para a violência. O fundamental não é esculachar os torturadores impunes da ditadura. O fundamental não é garantir aos indígenas remanescentes o direito à demarcação das suas reservas de terras. O fundamental não é o aumento de 20 centavos num transporte público que fica a cada dia mais lotado e precário.

O fundamental é que estamos vivendo uma brutal ofensiva do pensamento conservador, que coloca em risco muitas décadas de conquistas civilizatórias da sociedade brasileira.

O fundamental é que sob o manto protetor do “crescimento com redução das desigualdades” fermenta um modelo social que reproduz – agora em escala socialmente ampliada – o que há de pior na sociedade de consumo, individualista ao extremo, competitiva, ostentatória e sem nenhum espaço para a solidariedade.

O fundamental é que a modesta redução da nossa brutal desigualdade social ainda não veio acompanhada por uma esperada redução da violência e da criminalidade, muito pelo contrário. E não há projeto nacional de combate à violência que fuja do discurso meramente repressivo ou da elegia à truculência policial.

O fundamental é que a democratização do acesso ao ensino básico e à universidade por vezes deixam de ser um instrumento de iluminação e arejamento dos indivíduos e da própria sociedade, e são reduzidos a uma promessa de escada para a ascensão social via títulos e diplomas, ao som de sertanejo universitário.

O fundamental é que os políticos e grandes partidos antigamente ditos “libertários” e “de esquerda” hoje abriram mão de disputar ideologicamente os corações e mentes dos jovens e dos novos “incluídos sociais” e se contentam em garantir a fidelidade dos seus votos nas urnas, a cada dois anos.

O fundamental é que os políticos e grandes partidos antigamente ditos “sociais-democratas” já não tem nada a oferecer à juventude além de um neo-udenismo moralista que flerta desavergonhadamente com o autoritarismo e o fascismo mais desbragados.
O fundamental é que a promessa da militância verde e ecológica vai aos poucos rendendo-se aos balcões de negócio da velha política partidária ou ao marketing politicamente correto das grandes corporações.

O fundamental é que os sindicatos, movimentos populares e organizações estudantis estão entregues a um processo de burocratização, aparelhamento e defesa de interesses paroquiais que os torna refratários a uma participação dinâmica, entusiasmada e libertária.

O fundamental é que temos em São Paulo um governo estadual que é francamente conservador e repressivo, ao lado de um governo federal que é supostamente “progressista de coalizão”. Mas entre a causa da liberação da maconha e defesa da internação compulsória, ambos escolhem a internação. Entre as prostitutas e a hipocrisia, ambos ficam com a hipocrisia. Entre os índios e os agronegócio, ambos aliam-se aos ruralistas. Entre a velha imprensa embolorada e a efervescência libertária da Internet, ambos namoram com a velha mídia. Entre o estado laico e os votos da bancada evangélica, ambos contemporizam com o Malafaia. Entre Jean Willys e Feliciano, ambos ficam em cima do muro, calculando quem pode lhes render mais votos.

O fundamental é que o temor covarde em expor à luz os crimes e julgar os aqueles agentes de estado que torturaram e mataram durante da ditadura acabou conferindo legitimidade a auto-anistia imposta pelos militares, muitos dos quais hoje se orgulham publicamente dos seus crimes bárbaros – o que nos leva a crer que voltarão a cometê-los se lhes for dada nova oportunidade.

O fundamental é que vivemos numa sociedade que (para usar dois termos anacrônicos) vai ficando cada vez mais bunda-mole e careta. Assustadoramente careta na política, nos costumes e nas liberdades individuais se comparada com os sonhos libertários dos anos 1960, ou mesmo com as esperanças democráticas dos anos 1980. Vivemos uma grande ofensiva do coxismo: conservador nas ideias, conformado no dia-a-dia, revoltadinho no trânsito engarrafado e no teclado do Facebook.

O fundamental é que nenhum grupo político no poder ou fora dele tem hoje qualquer nível mínimo de interlocução com uma parte enorme da molecada – seja nas universidades ou nas periferias – que não se conforma com a falta de perspectivas minimamente interessantes dentro dessa sociedade cada vez mais bundona, careta e medíocre.

Os mesmos indignados que se esgoelam no mundo virtual clamando que a juventude e os estudantes “se levantem” contra o governo e a inação da sociedade, são os primeiros a pedir que a tropa de choque baixe a borracha nos “vagabundos” quando eles fecham a 23 de Maio e atrapalham o deslocamento dos seus SUVs rumo à happy-hour nos Jardins.

Acuados, os políticos “de esquerda” se horrorizam com as cenas de sacos de lixo pegando fogo no meio da rua e se apressam a condenar na TV os atos de “vandalismo”, pois morrem de medo que essas fogueiras causem pavor em uma classe média cada vez mais conservadora e isso possa lhes custar preciosos votos na próxima eleição.

Enquanto isso a molecada, no seu saudável inconformismo, vai para as ruas defender – FUNDAMENTALMENTE – o seu direito de sonhar com um mundo diferente. Um mundo onde o ensino, os trens e os ônibus sejam de qualidade e gratuitos para quem deles precisa. Onde os cidadãos tenham autonomia de decidir sobre o que devem e o que não devem fumar ou beber. Onde os índios possam nos mostrar que existem outros modos de vida possíveis nesse planeta, fora da lógica do agribusiness e das safras recordes. Onde crenças e religião sejam assunto de foro íntimo, e não políticas de Estado. Onde cada um possa decidir livremente com quem prefere trepar, casar e compartilhar (ou não) a criação dos filhos. Onde o conceito de Democracia não se resuma à obrigação de digitar meia dúzia de números nas urnas eletrônicas a cada dois anos.

Sempre vai haver quem prefira como modelo de estudante exemplar aquele sujeito valoroso que trabalha na firma das 8 da manhã às 6 da tarde, pega sem reclamar o metrô lotado, encara mais quatro horas de aulas meia-boca numa sala cheia de alunos sonolentos em busca de um canudo de papel, volta para casa dos pais tarde da noite para jantar, dormir e sonhar com um cargo de gerente e um apartamento com varanda gourmet.

Não é meu caso. Não tenho nem sombra de dúvida de que prefiro esses inconformados que atrapalham o trânsito e jogam pedra na polícia. Ainda que eles nos pareçam filhinhos-de-papai, ingênuos em seus sonhos, utópicos em suas propostas, politicamente manobráveis em suas reivindicações, irresponsavelmente seduzidos pelos provocadores de sempre.

Desde a Antiguidade, esses jovens ingênuos e irresponsáveis são o sal da terra, a luz do sol que impede que a humanidade apodreça no bolor da mediocridade, na inércia do conformismo, na falta de sentido do consumismo ostentatório, nas milenares pilantragens travestidas de iluminação espiritual.

Esses moleques que tomam as ruas e dão a cara para bater incomodam porque quebram vidros, depredam ônibus e paralisam o trânsito. Mas incomodam muito mais porque nos obrigam a olhar para dentro das nossas próprias vidas e, nessa hora, descobrimos que desaprendemos a sonhar.

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WordPress comemora 10 anos

Posted by alexproenca em maio 29, 2013

Da redação

27/05/2013 – O WordPress, plataforma para criação de sites de conteúdo (CMS) comemora hoje (27) 10 anos de existência com um feed de memórias e festas que acontecem ao redor do planeta para celebrar a data.  Nesse tempo todo, a ferramenta passou de um editor de blogs a uma plataforma de publicação de conteúdos, com a maior base de usuários do planeta.

São 66 milhões de sites usando a ferramenta, 368 milhões de leitores de sites WordPress, e 41,5 milhões de novos posts publicados por mês. A maioria, porém, em inglês (66%). Português é a terceira língua mais usada (6,5%). Um dos criadores do WordPress, o estadunidense Matt Mullenweg, publicou um post com memórias, no qual lembra de detalhes como o desejo de um dia ter camisetas estampadas com o logo da plataforma – algo que apenas o concorrente Blogger, hoje da Google tinha.

Hoje, o WordPress é usado por blogs, sites noticiosos (CNN, The New York Times), de comércio eletrônico e o que a imaginação permitir. Baseado nas tecnologias de desenvolviment PHP, HTML, e CSS, os sites com a ferramenta usam base de dados MySQL. Isso tudo com a maior comunidade de desenvolvedores voluntários que se conhece.

O sucesso veio com o conceito de democratizar a qualidade na construção de um site. com o WordPress não era preciso ser um profundo conhecedor de programação para criar um site bonito e estável em menos de cinco minutos. Hoje, a maioria dos servidores de internet oferecem um botão de instalação instantânea.

Entre suas característas estão a possibilidade de usar temas, que são conjuntos definições de aparência, capazes de remodelar uma página completamente e poucos passos. O sistema tem ainda os plugins, que são criados para ampliar as funcionalidades da plataforma, e os widgets, blocos modulares que podem ser acrescentados ou retirados de uma página, sem desconfigurá-la. Não bastasse, com o aumento do uso de celulares e tablets, a ferramenta ganhou recursos que automaticamente redesenham as páginas, adaptando-as às telas desses dispositivos móveis.

E o futuro? Segundo o mesmo Mashable, Mullenweg pretende fazer do WordPress uma plataforma de desenvolvimento, que permitiria criar e rodar aplicativos. O fundador quer, também, fazer do CMS um sistema operacional. A versão mais recente, deste mês, é a 3.6. A anterior, 3.5, lançada em dezembro, foi baixada 21 milhões de vezes.

 

Fonte:  http://www.arede.inf.br/noticias/5693-wordpress-comemora-10-anos

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A TERRA É UM SER VIVO: E NÓS SOMOS O SEU SISTEMA NERVOSO.

Posted by alexproenca em abril 20, 2013

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Há cerca de 40 anos o cientista britânico James Lovelock fez furor com o lançamento da sua “Hipótese Gaia”, proposição científica na qual ele definia a Terra como um gigantesco organismo vivo, inteligente e sensível. Discutida e em parte desacreditada, a ideia volta hoje com toda a sua força original

 

18 DE ABRIL DE 2013 ÀS 18:34

 

 

 
Por Eduardo Araia

Falar de James Lovelock é falar de paradoxos. A começar por sua reputação de teórico inflamado e visionário e por sua aparência: magrinho, olhos azuis-claros, voz suave e sorriso infantil. Difícil imaginar que esse vovô alegre e brincalhão publicou um dos livros mais sombrios dos últimos anos sobre o futuro do planeta. Da mesma forma, é difícil acreditar que, por trás do ar inofensivo de aposentado, esse homem provocou mais de 40 anos de polêmicas no mundo da ciência com sua hipótese Gaia – que ele batizou com o nome da deusa grega da Terra –, segundo a qual nosso planeta seria um ser vivo.

Foi há quase meio século que Lovelock, na época com 42 anos, assumiu, algo por acaso, o destino de teórico da ciência – bem como o de semeador de encrencas. Ele era, então, um obscuro biofísico britânico, médico de formação, que concebera vários aparelhos engenhosos – “naqueles tempos, os cientistas fabricavam eles mesmos seus instrumentos, pois ninguém tinha dinheiro para comprá-los nas lojas”, recorda ele. Alguns desses aparelhos permitiam a detecção de substâncias em concentrações muito baixas, pelo método da cromatografia gasosa, e interessaram à Nasa, que então desenvolvia um programa de exploração de Marte. Para obter esses detectores, a agência norte-americana trouxe seu inventor, que chegou em 1961 ao Jet Propulsion Laboratory (JPL), na Califórnia, com a missão estritamente técnica de adaptar os aparelhos às exigências das naves espaciais.

Mas – traço indelével de seu caráter – o inventor logo resolveu se meter onde não era chamado. “Logo de cara, disse aos biólogos da Nasa que as experiências que eles planejavam eram ridículas: implicitamente, elas partiam do princípio de que as formas de vida em Marte seriam semelhantes àquelas do deserto da Califórnia!” O tom das discussões engrossou e Lovelock foi chamado ao escritório do diretor, furioso por causa do clima de conflito entre os biólogos que ele trouxera a peso de ouro para o JPL. “Você tem três dias para me trazer uma proposta construtiva”, ele disse a Lovelock.

 

James Lovelock, cientista britânico criador da Hipótese Gaia

James Lovelock, cientista britânico criador da Hipótese Gaia

 

Um sistema que favorece a vida

Três noites em claro mais tarde, Lovelock voltou ao JPL. Trazia um projeto ao mesmo tempo nebuloso e preciso. Sua ideia? Buscar uma “assinatura” global da vida, mais que dissecar algumas amostras demasiadamente locais. E a audácia de sustentar que, ao desvendarmos a composição química da atmosfera marciana pela análise da luz oriunda do Planeta Vermelho, poderíamos talvez perceber se essa atmosfera carrega a marca de seres que nela colhem nutrientes e nela lançam seus dejetos. Ou se, ao contrário, ali simplesmente nada acontece. A ideia de que um simples telescópio munido de um espectrofotômetro permitiria detectar a vida recolocava em questão todo o programa em curso. Os cientistas presentes imediatamente puseram cadeados nas portas, e solicitou-se ao sujeito que voltasse a seus instrumentos… e retomasse sua condição de homem livre e descompromissado o mais rapidamente possível.

A Nasa ficou para trás, mas isso pouco importava. Lovelock havia encontrado uma pista e, como bom sabujo da ciência, nunca mais a abandonaria. Em 1965, ele publicou na revista Nature um primeiro artigo sobre a análise a distância da vida em Marte. Dois anos depois, divulgou algumas das primeiras conclusões, amparadas no estudo da radiação infravermelha desse planeta comparada à da Terra. Eram conclusões extremamente engenhosas e inovadoras, baseadas no segundo princípio da termodinâmica, segundo o qual a matéria tende a uma crescente desordem, à qual se opõe a ação organizadora da vida.

 

 

“Expliquei que Marte estava próximo do equilíbrio químico e dominado em 95% pelo dióxido de carbono (uma molécula muito estável), enquanto a Terra estava num estado de profundo desequilíbrio químico”, recorda Lovelock. “Em nossa atmosfera, o dióxido de carbono é raro. Aqui, porém, encontramos oxigênio em abundância, que coexiste com o metano e outras substâncias muito reativas.” Ora, essa combinação é improvável num planeta onde atuam apenas as leis da química. Para o pesquisador, uma conclusão se impõe: é a vida que renova sem cessar todas essas moléculas e afasta a Terra do equilíbrio químico visto em Marte e Vênus. Esses dois planetas, portanto, estão mortos, enquanto a Terra está viva.

Num planeta no qual há vida, essa característica fica perceptível na atmosfera, onde seres animados colhem nutrientes e lançam dejetos.

Lovelock, que quando muito jovem queria ser médico, se debruça finalmente sobre as propriedades da Terra. E verifica que sua atmosfera, de composição química tão distante do equilíbrio, permaneceu notavelmente estável ao longo das eras. Um pouco como o sangue de um ser vivo. O mesmo se observa no que diz respeito à temperatura: à escala de centenas de milhões de anos, ela exibe uma surpreendente estabilidade. A radiação solar, no entanto, aumentou um terço desde o surgimento da vida na Terra. A propriedade de conservar sua temperatura constante enquanto a do meio circundante varia, a homeotermia, é característica dos animais mais complexos.

 

 

Enfim, o raciocínio chega à terceira etapa, a mais controvertida de todas. Lovelock constata que tanto a temperatura como a composição química tendem a valores quase ótimos para a criatura viva – como se o “objetivo” do sistema fosse favorecer a vida. De fato, uma atmosfera com duas vezes mais oxigênio causaria incêndios incessantes, enquanto o oxigênio mais rarefeito acarretaria vários problemas metabólicos para os seres vivos. Segundo Lovelock, a causa é bem clara e, após publicar artigos de grande repercussão, ele resumiu esses pensamentos em 1979 em sua obra de referência: A Terra É um Ser Vivo – A Hipótese Gaia.

Nela, defende a ideia de que a Terra é uma espécie de simbiose (uma associação biológica favorável a todas as partes que a compõem) gigante entre todos os seres vivos e o meio mineral, um superorganismo que se conserva no estado mais favorável possível à vida por meio de mecanismos de retroação (ou seja, o efeito agindo sobre a causa).

Marte (acima), pelas análises de Lovelock, tem uma atmosfera próxima do equilíbrio químico. Já a da Terra se encontra em profundo desequilíbrio químico – fator que indica a existência de vida. Isso levou o cientista britânico a criar a hipótese Gaia, nome da deusa grega (abaixo) associada ao nossso planeta.

 

 

Semente da discórdia

Um dos mais eminentes climatologistas norteamericanos da atualidade, David Archer, comenta: “Durante meu primeiro curso de biogeoquímica, fizeram-me ler os primeiros capítulos desse livro. Desde então, impus sua leitura a todos os alunos dos quais me tornei orientador.” A ideia, hoje mundialmente aceita, de que é preciso pensar a Terra como um sistema no qual todas as partes interagem, e que biólogos, oceanógrafos, geólogos, meteorologistas, etc. devem trabalhar juntos para conseguir antecipar seu funcionamento, deve muito a Lovelock.

Mas, ao batizar seu objeto de estudo “Gaia”, nome de uma divindade feminina (aconselhado por William Golding, Prêmio Nobel de Literatura em 1983), o teórico foi, para muitos, longe demais. Passou-se a recomendar muita prudência na leitura de seus livros, e em várias universidades ele passou a ser tratado como místico e teleólogo, pelo fato de que sua teoria parece conferir um sentido para a vida e a evolução. Imperdoável, para um cientista! Jovens pesquisadores foram inclusive advertidos de que o uso do nome “Gaia” num título de artigo ou trabalho científico podia arruinar ou macular seriamente uma carreira de cientista. Os biólogos, sobretudo Richard Dawkins, acusaram-no com virulência de questionar o darwinismo. Como caracteres “altruístas”, favorecendo a biosfera em seu conjunto, e não o indivíduo ou a espécie, poderiam ter sido selecionados pela evolução? Quer-se introduzir aqui uma mão divina, argumentavam, indignados. E não faltaram sequer aqueles que lembravam que o segundo nome de Lovelock, Ephraim, dá testemunho de suas origens familiares rigidamente protestantes…

A independência de pensamento de Lovelock incomoda muita gente. Os ambientalistas, por exemplo, apreciam a metáfora de Gaia, mas se irritam com a defesa histórica que seu criador faz da energia nuclear – para o cientista, a principal fonte energética do futuro.

A simples menção dessas críticas consegue apagar o luminoso sorriso de Lovelock. “Os biólogos tornaram-se exageradamente belicosos por causa dos repetidos ataques desferidos contra eles pelos criacionistas. Assim que alguma coisa sai do seu padrão de pensamento, eles a interpretam como criacionismo e partem para o ataque. Além disso, fazem-no usando as próprias armas dos religiosos, um pouco como se A Origem das Espécies, de Darwin, fosse a nova Bíblia. Não estou minimamente em desacordo com o darwinismo. Minha teoria o engloba, mas em um nível superior. Um pouco como a teoria da relatividade supera, sem a contradizer, a física newtoniana.”

 

 

Mas, assim sendo, o planeta vivo é apenas uma metáfora? “Claro, ele não é vivo como nós ou uma bactéria, e, nesse sentido, é mesmo uma metáfora”, admite Lovelock. “Mas acho que a definição de vida dada pelos biólogos é demasiado restritiva. Afinal, falta a Gaia apenas a reprodução!”

Pode-se apostar que se, em vez de lançar mão do termo Gaia, ele tivesse batizado sua tese de “teoria biogeoquímica”, como lhe fora aconselhado, teria evitado muitos aborrecimentos e gozaria de todas as merecidas honras de grande cientista. Mas, como um Dom Quixote da ciência, o obstinado doutor recusa baixar o tom de seus escritos, não admite a retirada de uma única vírgula e se mantém em permanente disputa com seus adversários. Isso lhe valeu um estatuto original de “cientista independente”, fora das grandes instituições, inteiramente consagrado à defesa e à consolidação de sua teoria – mas não o impediu de publicar em sua carreira mais de 200 artigos, 30 dos quais na Nature, e de fazer várias descobertas importantes. Por exemplo, a do DMS, aerossóis sulfurosos emitidos pelas algas e capazes de esfriar a atmosfera oceânica. Eles constituem um bom exemplo de retroação “à moda de Gaia”: se a temperatura aumenta, as algas proliferam, produzem mais aerossóis… o que, por sua vez, faz baixar a temperatura do oceano.

Tarde demais?

Em relação fria com a maioria das instituições científicas, Lovelock poderia ter se refugiado no seio de uma nova família que lhe estendia os braços: o movimento ecológico. Entusiasmados pela metáfora de Gaia, os ecologistas dos anos 1970 piscam os olhos para seu inventor. Mas desde o início o paradoxal Ephraim não pôde ser digerido pelo movimento verde. É que o homem, que não hesita em se declarar ecologista, é ao mesmo tempo um tecnófilo decidido. Claro, ele manifesta hostilidade à poluição e à excessiva intrusão humana no funcionamento normal de Gaia. Mas isso não o impede de ser, por exemplo, um defensor histórico da energia nuclear – e isso muito antes de a questão do aquecimento global aflorar.

O aquecimento global afetará profundamente a agricultura mundial, deixando-a inviável em diversas regiões do mundo.

“Numerosos verdes franceses, donos de belas mansões na Dordonha (sudoeste do país), vêm a mim para elogiar as vantagens do TGV, o trem ultrarrápido”, conta o cientista. “Então, digo a eles: ‘Mas vocês sabem que se trata de um transporte nuclear?’ Eles, claro, soltam gritos de protesto. Mas isso é verdade! A maior parte dos verdes é feita de burgueses urbanos e bem posicionados na vida. São cheios de boas intenções, mas não entendem nada de ciência nem da realidade.”

Embora sempre denunciando as ações poluidoras e os atentados aos ciclos naturais, Lovelock tem se mantido a boa distância de um catastrofismo muito em moda nos meios ecologistas. Para ele, Gaia é bem mais forte que os homens e, no fundo, apenas superficialmente atingida por seus caprichos, mesmo os mais insanos. Ou, melhor dizendo, ele pensava assim: recentemente, mudou quase que radicalmente de posição e, em sua última obra, A Vingança de Gaia, dá um verdadeiro grito de alarme.

 

 

“Esse livro”, diz ele, “nasceu de uma visita ao Hadley Centre (centro de estudos do clima britânico) em janeiro de 2005. À medida que passava de departamento a departamento, dos especialistas da banquisa polar aos do oceano, e depois aos da floresta, o repicar do sino era sempre o mesmo: as coisas se degradam e a retroação será positiva. Ou seja: por exemplo, o desaparecimento da banquisa oceânica no Ártico irá acelerar o aquecimento do oceano, o oceano não conseguirá mais absorver o carbono, o aquecimento da floresta irá liberar ainda mais CO2… O perigo é mortalmente sério.”

Gaia, portanto, está em perigo? “Gaia, precisamente, não”, estima Lovelock, “mas, se o aumento da temperatura que prevejo, de 6 a 8 graus centígrados, se produzir, a civilização poderá ser ameaçada: teremos uma extinção em massa de espécies e a agricultura se tornará impossível em boa parte da superfície do planeta. O alimento será insuficiente, haverá migrações de populações inteiras, conflitos, a humanidade se concentrará ao redor das regiões polares…” Esse prognóstico se justifica, segundo Lovelock, pelo fato de modelos atuais subestimarem as retroações.

Fazer as pazes com a Terra

Em seu último livro, A Vingança de Gaia (Editora Intrínseca), Lovelock traça um prognóstico pessimista, julgando que nosso planeta está febril e que sua saúde declina. Ele pede uma reação enérgica para salvar aquilo que ainda pode ser salvo – “fazermos as pazes com Gaia enquanto ainda somos fortes o bastante para negociar, e não quando tivermos nos tornado uma multidão dividida e vencida, em via de extinção”.

O momento atual, para ele, é o de uma “retirada sustentável”, mais que de um “desenvolvimento sustentável”. Para ilustrar a situação, ele costuma usar a metáfora de Napoleão às portas de Moscou em 1812: “Acreditamos ter vencido todas as batalhas, mas a verdade é que avançamos demais, temos demasiadas bocas para alimentar e o inverno se aproxima…” E o Protocolo de Kyoto? Nova metáfora: “É como os acordos de Munique que vivi na minha juventude. O mundo inteiro percebe o perigo que se aproxima e os políticos pronunciam belas frases e fazem de conta que estão fazendo alguma coisa.”

A humanidade representa uma grande oportunidade para Gaia, diz Lovelock. “Somos, de certa forma, seu sistema nervoso”, ressalta o cientista. “Ela perderia muito se nos perdesse.”

 

 

Medicina planetária

Diante da gravidade do momento, e fiel a seu gosto pela tecnologia, Lovelock concebe sem reticências uma “medicina planetária”. Ela inclui estratégias para refrescar artificialmente o planeta, seja na forma de aerossóis sulfurosos, seja na de espelhos gigantes instalados em órbita no espaço, e várias outras soluções paliativas.

Ele preconiza uma nuclearização maciça da eletricidade mundial e sugere inclusive que uma parte de nossa alimentação seja produzida artificialmente, em fábricas, para minimizar nossa utilização do espaço natural. Programa surpreendente, que demonstra a independência de pensamento de um homem que, apesar de quase meio século de uso da palavra livre, é agora recebido pelos grandes do planeta, como Al Gore, ex-presidente norte-americano e Prêmio Nobel da Paz de 2007.

E como estão as relações entre o homem e Gaia? Será preciso ver nossa espécie como um tipo de câncer do planeta, paralisando pouco a pouco suas funções reguladoras? “A aparição da humanidade constituiu uma grande oportunidade para Gaia”, protesta o cientista. “Somos, de certa forma, seu sistema nervoso. Em todo caso, é graças a nós que ela de algum modo tomou consciência de si mesma e inclusive conseguiu se ver a partir do espaço exterior. Ela perderia muito se nos perdesse.” E conclui com uma última metáfora: “Gaia, vocês sabem, é como uma avó que recolheu em sua casa um bando de adolescentes demasiado indisciplinados e turbulentos. Ela poderá – talvez com a morte na alma – trancar a porta e deixá-los do lado de fora.”

James Lovelock é doutor honoris causa de uma dezena de universidades ao redor do mundo. Ganhou prêmios científicos de vários organismos, tais como a Organização Mundial de Meteorologia, a Academia de Ciências da Holanda, a Sociedade Norte-Americana de Química e o Laboratório Marinho de Plymouth.

 

 

A HIPÓTESE GAIA

Na década de 70 o inglês James Lovelock elaborou a hipótese Gaia, e segundo ela, o planeta Terra se comporta como um só organismo vivo

Por: Paula Louredo, bióloga (http://www.brasilescola.com/biologia/hipotese-gaia.htm)

A hipótese Gaia foi elaborada pelo cientista inglês James Lovelock no ano de 1979, e fortalecida pelos estudos da bióloga norte-americana Lynn Margulis. Essa hipótese foi batizada com o nome de Gaia porque, na mitologia grega, Gaia era a deusa da Terra e mãe de todos os seres vivos.

Segundo a hipótese, o planeta Terra é um imenso organismo vivo, capaz de obter energia para seu funcionamento, regular seu clima e temperatura, eliminar seus detritos e combater suas próprias doenças, ou seja, assim como os outros seres vivos, um organismo capaz de se autorregular. De acordo com a hipótese, os organismos bióticos controlam os organismos abióticos, de forma que a Terra se mantém em equilíbrio e em condições propícias de sustentar a vida.

A hipótese Gaia sugere também que os seres vivos são capazes de modificar o ambiente em que vivem, tornando-o mais adequado para sua sobrevivência. Dessa forma, a Terra seria um planeta cuja vida controlaria a manutenção da própria vida através de mecanismos de feedback e de interações diversas.

Um dos argumentos utilizados pelos defensores dessa hipótese é o fato de que a composição da atmosfera hoje parece depender principalmente dos seres vivos. Sem a presença dos seres fotossintetizantes o teor de gás carbônico (CO2) na atmosfera seria altíssimo, enquanto que nitrogênio (N2) e oxigênio (O2) teriam concentrações muito baixas. Com a presença dos seres fotossintetizantes, a taxa de CO2 diminuiu, aumentando consideravelmente os níveis de N2 e O2 disponível na atmosfera. Essa redução do CO2 favorece o resfriamento do planeta, já que esse gás é o principal responsável pelo efeito estufa, influenciando muito na temperatura do planeta. Segundo esse argumento, a própria vida interferiu na composição da atmosfera, tornando-a mais adequada à sobrevivência dos organismos.

Embora muitos cientistas concordem com essa hipótese, outros não a aceitam, discordando da ideia de que a Terra seja um “superorganismo”. Um dos argumentos utilizados por esses cientistas é que não só os fatores biológicos moldam o planeta, mas também fatores geológicos, como erupções vulcânicas, glaciações, cometas se chocando contra a Terra, que modificaram e ainda modificam profundamente o aspecto do planeta.

Discordando ou não, a hipótese Gaia nos chama a atenção para as relações existentes entre os seres vivos e o meio ambiente, e principalmente para as relações existentes entre nossa espécie e os demais seres vivos. Dessa forma, utilizemos essa hipótese para refletir sobre os impactos que as nossas atividades estão causando no planeta Terra.

 

Fonte: http://www.brasil247.com/pt/247/revista_oasis/99301/A-Terra-%C3%A9-um-ser-vivo-E-n%C3%B3s-somos-o-seu-sistema-nervoso.htm

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Justiça: funcionário do McDonald’s não é obrigado a comer só lanche.

Posted by alexproenca em março 19, 2013

O McDonald’s terá de regularizar a jornada de trabalho de todos os funcionários do País, segundo decisão da Justiça divulgada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) nesta terça-feira. De acordo com a ação, movida pelo MPT, a empresa também não poderá mais proibir que os funcionários levem sua própria alimentação para consumir no refeitório, sob pena de pagamento de multa mensal de R$ 3 mil por trabalhador.

Cabe recurso da decisão, que atinge – de acordo com o MPT – as 600 lojas da rede e cerca de 42 mil funcionários.Segundo o MPT, os funcionários da rede de restaurantes eram obrigados a consumir apenas os lanches do McDonald’s no horário das refeições. A ação ainda pede dano moral coletivo de R$ 50 milhões.
De acordo com o MPT, o McDonald’s pratica jornada variável de trabalho – a empresa não delimita a jornada dos trabalhadores, estabelecendo que até o limite constitucional (oito horas/dia) a remuneração será feita de acordo com a hora normal estipulada. O ministério afirma que esta prática não permite que o trabalhador tenha qualquer outra atividade, já que durante uma mesma semana de trabalho, ocorrem variações no que diz respeito ao horário de início e término do expediente.Segundo o MPT, na quinta-feira representantes do McDonald’s e o MPT se reunirão em Recife para discutir um acordo antes da audiência, que ocorrerá às 14h do mesmo dia. O objetivo principal é definir o termo para o pagamento de dano moral coletivo.
Terra entrou em contato com a Arcos Dourados, dona da marca McDonald´s no Brasil, que afirmou que “a empresa tem plena convicção da legalidade das práticas laborais adotadas, sendo reconhecida por suas boas práticas trabalhistas e por cumprir todas as normas e legislações do País”. Além disso, a empresa ressaltou que “cumpre rigorosamente todas as determinações da legislação trabalhista vigente e vem mantendo um diálogo de mútua colaboração com o Ministério Público do Trabalho”.

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MARILENA CHAUÍ: “NOVA CLASSE MÉDIA É BOBAGEM”

Posted by alexproenca em março 18, 2013

Mariana Fontoura:  

Em entrevista, a filósofa Marilena Chauí ataca o Supremo Tribunal Federal, diz que mídia manipula informação, vê controle da internet e frisa que Renan Calheiros é regra e não exceção

 

18 DE MARÇO DE 2013 ÀS 08:19

 

Por Renato Dias – A suposta criação de uma nova classe média – anunciada pelo ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e por Dilma Rousseff (PT) – é uma ‘bobagem sociológica’, já que o que houve foi a ampliação da classe trabalhadora. É o que afirma a filósofa Marilena Chauí. Ela participou, na última quarta-feira, em Goiânia, de edição do Café com Ideias. O fórum é uma promoção do Centro Cultural Oscar Niemeyer, do Governo de Goiás. O evento é organizado pelo jornalista e professor da UFG Lisandro Nogueira.

Professora titular do Departamento de Filosofia da Universidade de São Paulo (USP), Marilena Chauí informa que existem duas classes no capitalismo [Burguesia e proletariado/classe trabalhadora]. Para ela, a classe média não teria função econômica, mas ideológica. “Como correia de transmissão das ideologias das classes dominantes. Até ‘intelectuais’ pertencem, hoje, à classe trabalhadora”, dispara. “Técnica e ciência viraram forças produtivas”, analisa.

Perplexidade

A antiga classe média está apavorada, porque pela escolaridade ela não se distingue, provoca. “Pela profissão, menos ainda”, atira. Ela está perplexa com a entrada da classe trabalhadora na sociedade de consumo, insiste. “Qualquer um pode andar de avião. Não tem mais distinção nenhuma”, ironiza. Cáustica, a ex-secretária de Cultura da Prefeitura Municipal de São Paulo (1989-1992), sob a gestão de Luiza Erundina, define a classe média como “conservadora e autoritária”.

A professora denuncia os grandes conglomerados de comunicação. A mídia monopoliza a informação, avalia. “A diferença é vista (pela mídia) como “discordância e atraso, portanto perigosa”, explica. Segundo ela, há 10 anos, a mídia era um oligopólio. “Hoje, quase atinge a dimensão de um monopólio”, informa. “Monopólio, mão única, ideologia da competência, interesses obscenos. A manipulação é contínua. É uma coisa nauseante”, discursa, em um tom de indignação.

Marilena Chauí afirma que a internet pode ser um fator de democratização do acesso à informação, mas também de controle. Ela aponta a suposta vigilância e controle dos equipamentos informáticos, com hegemonia dos Estados Unidos e do Japão.

Neoliberalismo

Ligada ao PT, ela ataca o neoliberalismo. “O encolhimento do espaço público e o alargamento dos espaços privados”. Em uma crítica velada aos oito anos de gestão do tucano Fernando Henrique Cardoso (SP), ela relata que o “remédio neoliberal” seria um engodo. “Como mostram as crises da União Europeia e dos Estados Unidos”, explica. Especialista em Espinosa, a professora diagnostica a desmontagem do sistema produtivo da Europa. “A Europa é um parque jurássico e pode não conseguir se recuperar”.

A democracia é frágil no capitalismo contemporâneo, aponta. Ela exorciza o que define como ideologia da competência técnico-científica. “Um produto da divisão entre as classes sociais, sedimentada pelos meios de comunicação social e que invade a representação política”, teoriza. A filósofa diz que são imensos os obstáculos à democracia no capitalismo. “A democracia não se confina a um setor social apenas”, fuzila. O cerne da democracia é a criação de direitos e ser aberta aos conflitos, acredita.

Marilena Chauí condena ainda o mito da não violência brasileira. A imagem de um povo alegre, sensual, cordial seria invertida. “O mito é também uma forma de ação, cuja função é assegurar à sociedade a sua autoconservação. Ele encobre, substitui a realidade”, analisa. Para ela, com a hegemonia da cultura do mito, a violência se restringiria à delinquência e à criminalidade, o que legitimaria a ação do Estado, via-repressão, aos pobres, às supostas classes perigosas.

“As desigualdades salariais entre homens e mulheres, brancos e negros, brancos e índios, e a exploração do trabalho infantil e de idosos são considerados normais”, discursa. “É no fiozinho da vida cotidiana que você vê o grau de violência da sociedade brasileira: “você sabe com quem está falando?”, analisa. A ex-secretária de Cultura do município de São Paulo afirma que a sociedade brasileira é autoritária. “O Supremo [STF] é a expressão máxima do autoritarismo”, provoca.

“Nós precisamos de quase 30 anos para criar a Comissão Nacional da Verdade”, desabafa. A CV surgiu em 2012. Ela cita como exemplo diferente a instituição da Comissão da Verdade da África do Sul,logo após o fim do Apartheid, regime de segregação social e racial. Ela culpa o sistema político do Brasil, que teria sido criado pelo general Golbery do Couto e Silva, bruxo da ditadura civil e militar (1964-1985). “Ninguém mexeu na estrutura política [deixada pelo regime militar]”, pondera.

Renan Calheiros

Crítica, Marilena Chauí avalia que o presidente do Senado e do Congresso Nacional, Renan Calheiros (PMDB-AL), [que abençoou os governos de Fernando Collor de Mello (1990-1992), Fernando Henrique Cardoso (1995-1998 e 1999-2002), Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2006 e 2007-2010) e Dilma Rousseff (2011-2013)] faria parte da ordem natural das coisas no Brasil. “A sua figura, não é a exceção, mas a regra”, dispara. É uma coisa esquizofrênica, metralha.”Mas uma reforma política ampla poderia nos libertar”

Quem é Marilena Chauí

Personagem do Café com Ideias, Marilena Chauí é professora titular de Filosofia Política e de História da Filosofia Moderna da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (USP).

Nascida no município de Pindorama, Estado de São Paulo, no ano de 1941, ela é filha do jornalista Nicolau Chauí e da professora Laura de Souza Chauí. Marilena Chauí é da esquerda-democrática e membro-fundador do Partido dos Trabalhadores (PT).

Ela possui graduação, mestrado e doutorado em Filosofia. A filósofa é autora de livros como O que é Ideologia, Coleção Primeiros Passos, Editora Brasiliense, Convite à Filosofia; A Nervura do Real: Espinosa e a Questão da Liberdade.

Mais: Simulacro e Poder – Uma Análise da Mídia (1996), Editora Fundação Perseu Abramo. Ela faz ainda a apresentação de A Invenção Democrática – Os limites da dominação totalitária (2011), Coleção Invenções Democráticas (Autêntica).

Cultura

A professora de Filosofia da USP Marilena Chauí exerceu ainda o cargo de secretária de Cultura da Prefeitura de São Paulo na administração da prefeita Luiza Erundina, à época no PT. É eleitora de Lula & Dilma e crítica da mídia.

Renato Dias, jornalista e sociólogo, autor de Luta Armada/ALN-Molipo As Quatro Mortes de Maria Augusta Thomaz (2012), RD/Movimento, é colaborador do Diário da Manhã, onde essa reportagem foi originalmente publicada.

 

 

Fonte:  http://www.brasil247.com/pt/247/brasil/96496/Marilena-Chau%C3%AD-%E2%80%9CNova-classe-m%C3%A9dia-%C3%A9-bobagem%E2%80%9D.htm

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A proximidade das notas de cotistas e não cotistas.

Posted by alexproenca em fevereiro 13, 2013

Por ramalhino

Do iG

Sisu: nota mínima de cotista e não cotista é parecida nos institutos federais

Priscilla Borges

Levantamento exclusivo do iG mostra que, dos 553 cursos em que as notas de aprovados pelas cotas são mais próximas às da concorrência geral, 66% são de institutos federais

As diferenças de desempenho entre os aprovados pelas cotas ou pela concorrência geral do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) são menores nos cursos de institutos federais. Entre os 553 cursos com menores diferenças entre as notas de corte – pontuação do último aprovado em cada modalidade de seleção – de cotistas e não cotistas, 66% são dessas instituições.

Dados do Ministério da Educação (MEC) levantados exclusivamente para o iG mostram que diferença de desempenho dos estudantes selecionados em primeira chamada só é insignificante, ou seja, de menos de 10 pontos a mais tanto para cotistas em 11,54% dos casos: em 553 opções de cursos eme um total de total 4.793 analisado pelo iG .

Os dados se referem apenas às notas dos cursos que já oferecem 50% de suas vagas no processo seletivo em todos os modelos possíveis de cotas, o que totaliza 1.229 cursos. Como as universidades ofereceram até oito modelos de cotas aos estudantes da rede pública no Sisu, a análise considerou 4.793 notas de corte geradas a partir das possibilidades de concorrência.

São elas: candidatos pretos, pardos ou indígenas com renda familiar inferior a 1,5 salário mínimo per capita (algumas instituições dividiram essa categoria em duas, separando os indígenas); candidatos pretos, pardos ou indígenas independentemente da renda (essa categoria também foi transformada em duas por algumas instituições, separando os indígenas); candidatos com renda familiar inferior a 1,5 salário mínimo per capita e candidatos com renda superior a essa.

Pesquisas : Desempenho de cotista é igual ou superior ao dos demais estudantes

As notas entre os selecionados nos diferentes tipos de cotas e na concorrência geral dos cursos oferecidos nos institutos federais que participam do Sisu são muito semelhantes em 364 casos. Desses, 251 variaram, no máximo, cinco pontos.

A nota no Sisu é calculada a partir do desempenho do estudante no Enem, cuja escala varia de 0 a 1000. Na última edição, as notas mínimas e máximas tiradas pelos estudantes em cada prova (não há média geral) variaram entre 277,2 pontos em matemática e 955,2 na mesma prova. Alguns alunos alcançaram nota 1.000 na redação.

Quase iguais

Em 41 tipos de seleção oferecidos pelo Sisu, as notas atingidas pelos últimos aprovados em cada modelo de concorrência foram praticamente as mesmas (diferem, no máximo, em um ponto a favor dos cotistas ou dos não cotistas). A maior parte dos casos de desempenho semelhante ocorre entre não cotistas e os cotistas egressos de escola pública que não fazem parte dos recortes raciais (para candidatos pretos, pardos ou indígenas) e de renda.

Leia também : Para cotistas de pioneiras em ações afirmativas, reserva é estímulo

Na sequência, as coincidências acontecem mais entre os grupos de cotistas que possuem renda familiar de até 1,5 salário mínimo, mas não se utilizaram dos recortes raciais. São nove casos nesse recorte. Entre esses 41 cursos com maiores semelhanças de desempenho entre cotistas e não cotistas, 30 são da área de exatas ou de saúde e 27 de institutos federais.

Os candidatos selecionados com as menores diferenças de pontuação – menos de 0,1 ponto – entre os grupos de cotistas e os não cotistas eram dos cursos: Engenharia Cartográfica e de Agrimensura (integral) da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRAM, câmpus principal); Ciências Contábeis da Universidade Federal de Mato Grosso (câmpus de Rondonópolis); Processos Químicos da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (câmpus de Apucarana) e Matemática do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (câmpus Valença).

Incentivo : Governo terá programa para manter cotistas nas universidades

Em todos, os cotistas eram do grupo que concorreu às vagas reservadas aos egressos da rede pública independentemente da raça ou da renda. O último aprovado nas 12 vagas oferecidas para a ampla concorrência de Engenharia Cartográfica e Agrimensura tirou 686,4 pontos e o que ocupou a única vaga para essa cota, 686,38. No bacharelado em Ciências Contábeis da UFMT a diferença foi de 0,08 ponto. A nota mínima na ampla concorrência, que ofereceu 22 vagas, foi de 609,48 pontos e, entre os cotistas, a pontuação obtida foi de 609,4 pontos.

Nos cursos de Processos Químicos, graduação tecnológica oferecida à noite pela UTFP em Apucarana, e no de Matemática, licenciatura oferecida à noite no câmpus de Valença do IFET da Bahia, as notas dos cotistas foram um pouquinho melhores. No primeiro caso, o último selecionado pela ampla concorrência entrou com 617,86 e o último cotista aprovado nas sete vagas reservadas para egressos da rede pública (independentemente da renda ou raça) ficou com 617,9 pontos. No outro curso, o não cotista tirou 610,08 e o cotista, 610,14.

Desempenhos discrepantes

Dentro dos vários grupos de cota racial do Sisu, os modelos exclusivos para indígenas, independentemente da renda, são os que mais têm discrepâncias de notas mínimas dos aprovados entre cotistas e não cotistas.A raça é o fator que mais interfere nas diferenças de desempenho dos estudantes .

O curso com diferença mais gritante é o de História da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) oferecido no câmpus do Bacanga. O último não cotista aprovado no bacharelado oferecido no turno vespertino tirou 662,18 pontos. O cotista aprovado na seleção específica para indígenas que cursaram o ensino médio na rede pública, independentemente da renda, tirou 389,74. Uma diferença de 272,44 pontos.

Enem: Possíveis cotistas da rede pública têm desempenho melhor que privada

No mesmo câmpus da UFMA, outro caso de extrema diferença chama a atenção. No curso de Engenharia Química (integral), 164,20 pontos separam o último selecionado pela ampla concorrência do estudante aprovado nas cotas para indígenas (sem critério de renda).

Os outros cursos com maiores diferenças entre cotistas (em algum dos modelos) e não cotistas foram: Educação Física (noturno) do IFET do Paraná (157,44 pontos), Química Industrial da UFMA (156,86 pontos) e Ciências Biológicas do IFET do Paraná (155,66 pontos).

Em alguns cursos, as diferenças foram grandes também, mas a favor dos cotistas. É o caso do curso de licenciatura em Física do IFET Tocantins, em que o último aprovado pelas cotas para egressos da rede pública, independentemente da renda ou raça, alcançou 705,63 pontos e o último selecionado pela ampla concorrência, 633,68. Uma diferença de 71,95 pontos.

Na sequência, os cotistas se saíram melhor nas seleções dos cursos de Agronegócio do IFET Tocantins (69,55 pontos), Matemática da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (55,82 pontos), Letras-Inglês do IFET Paraná (53,96 pontos) e Agronomia da UFRAM (50,56 pontos).

Retrospectiva 2012: Lei das cotas só mudará universidades em alguns anos

 

Fonte:  http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/a-proximidade-das-notas-de-cotistas-e-nao-cotistas

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Os números de 2012

Posted by alexproenca em janeiro 8, 2013

Os duendes de estatísticas do WordPress.com prepararam um relatório para o ano de 2012 deste blog.

Aqui está um resumo:

19,000 people fit into the new Barclays Center to see Jay-Z perform. This blog was viewed about 71.000 times in 2012. If it were a concert at the Barclays Center, it would take about 4 sold-out performances for that many people to see it.

Clique aqui para ver o relatório completo

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