Alexandre
alex.proenca@ibest.com.br
Dando continuidade ao tema anterior, quero fazer uma reflexão crítica ao programa Provocare, e ele não faz jus ao nome, pois não provoca nada.
Tenho a clara impressão que é um programa chapa branca, que só trás elogios aos governantes e patrocinadores, em nenhum momento os entrevistados são questionados, são cobrados.
Falta provocação.
Mas esta é a visão de importantes setores da classe média sorocabana, de que é possível ser assimilada pelo sistema, é assim conquistar um pedacinho de terreno, no céu do capital.
A cultura tem de ser provocativa, revolucionária, transformadora, ela tem de confrontar a ideologia do sistema. Mas fazendo isto, o sistema se volta contra ela, tentando destruí-la, perseguindo seus porta-vozes. Mas para muitos, faltam coragem para fazê-lo.
No começo dos anos 80 a Tv Globo exibia um programa humorístico chamado TV Pirata (que era claramente inspirado no movimento de rádios comunitárias), onde o estúdio era tomado e a ordem estabelecida posta abaixo.
Para fazer cultura, para revolucionar, é isto que tem de ser feito> colocar abaixo a ordem estabelecida.
E para terminar, é assim que eu vejo o programa Provocare:
A filha chega para a mãe e diz:
Mãe, preciso contar uma coisa que aconteceu entre eu, e o Joãzinho.
A mãe já fica apavorada pensando que a filha esta grávida e diz
Fale tudo filha, não esconda nada!
A filha diz:
Ta bom, eu peguei na mão do Joãzinho.
E a mãe aliviada, diz:
Pegar na mão pode, minha filha.
A filha sai e vai conversar com a coleginha, e diz
Enganei minha mãe, eu não tinha pegado na mão do Joãozinho. Mas agora que ela deixou, eu vou pegar.
Ou seja, acham que estão fazendo uma grande ação, mas na realidade, estão fazendo o que o sistema deseja.